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Cidades

Fugitivo muda versão e diz que foi obrigado a testemunhar contra carcereiros

Cristian Javier Benítez Vera havia dito que líderes do PCC pagaram agentes para sair pela "porta da frente"

Anahi Zurutuza | 23/01/2020 09:12
Presídio de Pedro Juan Caballero teve a segurança reforçada ontem (Foto: Marcos Maluf)
Presídio de Pedro Juan Caballero teve a segurança reforçada ontem (Foto: Marcos Maluf)

Depois de declarar que líderes do PCC (Primeiro Comando da Capital) no presídio de Pedro Juan Caballero fugiram pela “porta da frente”, Cristian Javier Benítez Vera, o prisioneiro que se rendeu nesta quarta-feira (22), três dias após fuga em massa, mudou totalmente a versão dada à polícia ontem. Segundo apurou o jornal paraguaio ABC Color, agora ele afirma que foi obrigado a testemunha contra os agentes penitenciários.

Vera se entregou ontem, segundo ele, a pedido dos pais. Ele contou que estava escondido em matagal, negou ser membro do PCC, mas confessou que foi convidado pelos líderes da facção a participar da fuga. Para a polícia, explicou que não sabia do plano, mas assim como outros presos, aproveitou a movimentação para escapar.

Também ontem, ele disse que os “chefões” da organização criminosa saíram pelo portão de acesso à penitenciária, mas ele e outros internos usaram o túnel escavado de cela até a área externa da unidade prisional. Ainda sobre a fuga das lideranças, o prisioneiro havia dito que carcereiros receberam dinheiro para “abrir o portão”.

No entanto, mais tarde, Vera deu novas declarações, enfatizando: "ninguém nos libertou", ainda conforme matéria do ABC Color. O fugitivo completou dizendo que todos escaparam pelo túnel e que quase ninguém sabia da escavação.

Condenado por roubo, ele acusou a polícia de levá-lo ao Departamento de Investigações para pressioná-lo a testemunha contra os guardas. A família do fugitivo que se entregou denunciou ao ABC Color que Vera foi "maltratado fisicamente".

A hipótese de uma liberação dos presos é investigada pela polícia paraguaia desde domingo, pois os cadeados não estavam arrombados e seria impossível não notar o trabalho de escavação do túnel, já que os internos deixaram 200 sacos de areia em uma cela "fechada".

A situação resultou na prisão do diretor da penitenciária Christian González e de 30 agentes da unidade. Todos tiveram a prisão preventiva decretada, na terça-feira (21), e foram transferidos justamente para o Presídio de Pedro Juan Caballero, onde trabalhavam. Na manhã de ontem, a unidade amanheceu com a presença policial reforçada.

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