Incêndios criminosos de casas de reza indígenas em MS são denunciados à ONU
“Nossas famílias e líderes religiosos estão sendo perseguidos por religiosos pentecostais fundamentalistas”
Os incêndios criminosos de casas de reza indígenas em Mato Grosso do Sul foram denunciados ao Conselho de Direitos Humanos da ONU (Organização das Nações Unidas).
De acordo com o Estadão, a denúncia foi feita pela jovem Tatiane Sanches durante o diálogo interativo com o relator especial da ONU sobre liberdade religiosa ou crença, Ahmed Shaheed. A reunião foi na quinta-feira (dia 10), na 49ª sessão do Conselho de Direitos Humanos, que será encerrada no dia 1º de abril.
No ano passado, pelo menos sete casas de reza dos guarani kaiowá foram incendiadas em MS. Uma das maiores do Estado, na aldeia Jaguapiru, na reserva indígena de Dourados, foi incendiada em julho de 2019.
“Nossas famílias e líderes religiosos estão sendo perseguidos por religiosos pentecostais fundamentalistas, que violam nossos direitos, corpos, mentes e casas sagradas”, afirmou Tatiane.
Em 29 de dezembro, casa de reza foi incendiada em Douradina, a 192 quilômetros de Campo Grande. De acordo com boletim de ocorrência, o crime aconteceu por volta das 1h, enquanto três adolescentes dormiam no local. Entidade indígena diz que o acontecimento teve motivações de intolerância religiosa e que idosas também estavam no recinto. Não foram registradas vítimas.