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Cidades

Justiça nega, de novo, pedido de liberdade de líder da Máfia do Cigarro

José Antônio Mizael Alves, o Zezinho, foi preso em julho na Operação Trunk; grupo aliciava policiais para facilitar crime

Silvia Frias | 26/11/2019 08:56
Pedido de revogação de prisão já havia sido negado em outubro pela Justiça Federal (Foto/Divulgação)
Pedido de revogação de prisão já havia sido negado em outubro pela Justiça Federal (Foto/Divulgação)

A Justiça Federal de Campo Grande indeferiu novamente o pedido de revogação de prisão preventiva de José Antônio Mizael Alves, o Zezinho, apontado como um dos líderes de quadrilha especializada em contrabando de cigarros e corrupção de agentes públicos.

Zezinho foi preso no dia 31 de julho, no cumprimento de mandados da Operação Trunk, da Polícia Federal. No dia 20 de agosto, ele e mais 15 pessoas foram denunciadas pelos crimes de contrabando, corrupção ativa e organização criminosa. Entre os denunciados, policiais rodoviários federais que, conforme denúncia, aceitavam propina para facilitar a passagem dos produtos.

A defesa de José Antônio alegou que ele é primário, tem bons antecedentes, residência fixa e tem ocupação lícita como empresário. Por isso, não é necessária a manutenção da prisão, sendo suficiente a fixação de medidas cautelares diversas.

O MPF (Ministério Público Federal) opinou pela manutenção da prisão preventiva.

A Justiça Federal considerou que mantêm-se os fundamentos da prisão, conforme despacho publicado hoje no Diário da Justiça, “demonstrado em extensos diálogos telefônicos mantidos pelo acusado, além de diligências de campo efetuadas pela Polícia Federal”.

Por isso, indeferiu novamente o pedido de prisão preventiva, a exemplo de decisão do dia 2 de outubro.

Conforme interceptações telefônicas, há indícios de que empresário financiava cargas contrabandeadas, atuando como “batedor”, controlando a logística dos transportes e, juntamente ao outro líder, Francisco Job da Silva Neto, organizava as atividades dos demais integrantes da quadrilha.

José Antônio ainda atuava na corrupção ativa de policiais e que a operação tem várias imagens de suas reuniões com membros do grupo.

Na operação Trunk os setores são chefia, núcleo operacional e de apoio logístico, núcleo financeiro, núcleo responsável pela corrupção de policiais, e núcleo de agentes policiais responsáveis pela facilitação do contrabando.

A operação prendeu, em Dourados, os policiais rodoviários federais Moacir Ribeiro da Silva Netto e Alaércio Dias Barbosa. Nas gravações, o posto da PRF (Polícia Rodoviária Federal) é chamado de “casinha”. Com o dinheiro da propina, Alaércio teria arrendado o Prime Motel e Pousada, localizado em Ponta Porã.

Entre julho de 2018 a março de 2019, foram aprendidos quatorze caminhões e dois carros de passeios, todos lotados de cigarro. Durante oito meses de investigação, o prejuízo ao erário público foi calculado em R$ 42 milhões. Num único flagrante, a carga foi avaliada em R$ 3 milhões.

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