Longe da família, libaneses em MS dizem que explosão deixa o amanhã nebuloso
Ainda não se sabe o que motivou o incidente ocorrido na área portuária de Beirute e que deixou pelo menos 10 mortos
O corpo pode estar aqui, mas é inevitável lembrar onde o coração bate quando explosão de grandes proporções atinge o país onde vivem familiares e conhecidos, mesmo que seja em outro continente.
No início da tarde desta terça-feira, após tragédia ocorrida em Beirute, a aflição tomou conta dos libaneses e descendentes que vivem em Campo Grande. Saber que a família está bem alivia, mas a falta de explicações sobre os motivos do incidente deixa temor quanto ao futuro.
São pelo menos 50 mortos e milhares de feridos, de acordo com a Agência Reuters. A explosão começou em um armazém na área portuária da capital do Líbano, levantando bolas de fogo e colunas de fumaças gigantescas. Construções a quilômetros de distância tiveram a estrutura afetada pela força dos tremores.
Ainda não se sabe ao certo o que motivou o incidente em local com material altamente explosivos e se a explosão foi proposital ou não. É justamente não ter respostas deste tipo que deixa a colônia libanesa de Mato Grosso do Sul apreensiva.
Mesmo quem deixou o País há 30 anos não para de pensar na terra natal diante de tragédias como esta. O empresário, Kassem Abughaddara, de 54 anos, falou com os familiares que moram no sul do Líbano e estão seguros, porém, a falta de explicações deixam qualquer um aflito.
“Ainda não sabe o motivo, até porque estão preocupados em salvar os feridos. Teve muita destruição”, afirma. Segundo ele, os parentes afirmaram que há hospitais da Capital que chegam a atender 500 pessoas de uma só vez. O ministro da Saúde, Hamad Hassan, fala em pelo menos 50 mortos e 2.750 feridos.
A tia de do empresário, Paco Kawijean, 47 anos, que mora em Beirute, comparou a explosão à “Bomba de Hiroshima”, série de bombardeamentos contra as cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki pelos Estados Unidos, durante os estágios finais da Segunda Guerra Mundial, em agosto de 1945. “De qualquer lugar da cidade era possível ver a explosão”, conta
O empresário explica que o País vive um momento de tensão diante da falta de explicações quanto aos incidentes. “Estamos meio apreensivos, porque o alvo foi logo um o depósito de fogos de artifício? É muito bizarro uma coisa dessas acontecer. O que o Líbano estava fazendo com tantos fogos de artifício? Não se sabe exatamente”.
Kawijean relembra as suposições quanto ao assassinato do ex-primeiro ministro libanês, Rafiki Hariri, em 2005, pai do ex-premiê Saad Hariri, cuja residência fica próxima aos locais da explosão. Nesta semana, esta prevista a divulgação do veredito de um tribunal apoiado pela ONU (Organização das Nações Unidas) contra quatro homens acusados de serem participado do assassinato.
Sem respostas, o temor continua e atormenta também quem está longe. “A gente está feliz que os familiares estão bem, mas também está preocupado com o que vai vir. Com o dia de amanhã”, afirma.
Veja vídeo da explosão: