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Cidades

Médica orienta corrida aos postos para vacinação contra covid neste fim de ano

Efetiva proteção só ocorre após a terceira dose e alerta também vale para crianças

Lucia Morel | 26/12/2022 12:46
Homem recebe dose de vacina contra covid-19 em Campo Grande. (Foto: Kísie Ainoã)
Homem recebe dose de vacina contra covid-19 em Campo Grande. (Foto: Kísie Ainoã)

O momento é de correr para os postos de saúde e completar o esquema de vacina contra covid-19. O alerta é da infectologista Silvia Uehara, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia em Mato Grosso do Sul. Com as festas de fim de ano, o risco é real de mais pessoas infectadas, piorando quadro já negativo entre meados de novembro e de dezembro, período em que o número de casos cresceu quatro vezes.

“Pras novas variantes, é preciso pelo menos três doses pra efetivar a proteção. O esquema protetor pra ômicron é de no mínimo três doses, principalmente porque é muito significativa a queda de anticorpos depois de três ou quatro meses após a última dose de vacina, o que desprotege contra um possível agravamento”, sustenta a infectologista.

Ela lembra que as terceiras e quartas doses – atualmente chamadas de primeiro e segundo reforços – estão liberadas para toda população a partir dos 18 anos. “O risco de novas variantes com a circulação maior é grande e já temos a ômicron que tem mais capacidade de reprodução e de transmissão”, por isso, a necessidade de vacinação.

O mesmo alerta, segundo Sílvia, vale para o público infantil. “O cenário de vacinação contra covid-19 é muito ruim pras crianças”, comenta, ao dizer que cerca de 45% tomou a primeira dose e nem 25% recebeu a segunda. “Não podemos nem falar em proteção para elas, porque nem o esquema básico elas completaram”, lamenta.

A especialista afirma que os pais e responsáveis devem aproveitar este momento – entre o final e o começo de ano – para imunizar as crianças, “para evitar que o aumento de casos quando elas voltarem às aulas”. Lembra ainda da necessidade de completar o esquema vacinal contra gripe. “Isso direciona a atuação do médico em caso de atendimento, descartando doenças”, avalia.

Por fim, a médica defende que Mato Grosso do Sul – bem como o Brasil – só conseguiu vencer o agravamento e as mortes por covid depois que alcançou-se 50% de cobertura vacinal, o que é “incontestável”. “É preciso fazer um alerta aos pais, porque a covid matou mais crianças que as demais doenças, que também têm vacinas, juntas”, sustentou.

Por fim, Sílvia afirma que nos espaços de aglomeração, como hotéis, shoppings, cinemas, que são fechados, é preciso uso de máscaras. “Se a distância ficar em menos de 1,5 metro, tem que usar máscara”, orienta.

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