Ministério Público Federal de MS terá unidade do Gaeco
Órgão estadual já conta com grupo desde 2002, que já resultou na prisão até de prefeito
O procurador-geral da República, Augusto Aras, autorizou a instalação de uma comissão para formar o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), no âmbito do MPF/MS (Ministério Público Federal em Mato Grosso do Sul). O prazo para formar a equipe vai até 31 de dezembro.
Foram designados para compor a comissão provisória os procuradores da República Damaris Rossi Baggio de Alencar e Luiz Gustavo Mantovani. O procurador regional da República Uendel Domingues Ugatti também foi designado, porém, precisa ter a indicação referendada pelo CSMPF (Conselho Superior do Ministério Público Federal).
O trio ficará encarregado de definir o planejamento de objetivos e resultados dos Gaecos, com a definição de prioridades, plano de ação, diretrizes e planejamento de operações a serem executadas. Todos os estudos e informações devem ser encaminhados à 2CCR/MPF (2ª Câmara Criminal) para a instalação definitiva do Gaeco.
Os Ministérios Públicos estaduais contam com essa estrutura há mais de 25 anos. Em Mato Grosso do Sul, o Gaeco foi criado em 2002 para reforçar o combate ao crime organizado.
Dez anos depois, passou a se concentrar no combate à corrupção, o que resultou em uma série de operações policiais que acabaram por levar a julgamento pessoas acusadas de crimes como peculato, corrupção ativa, corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Uma delas foi a Operação Omertà, deflagrada em setembro de 2019. Em quase dois anos de investigação, o grupo desarticulou uma organização criminosa que supostamente se especializou em execuções. Foram presos neste período, os empresários Jamil Name, Jamil Name Filho e Fahd Jamil, além de policiais e advogados.
Já em novembro de 2018, o Gaeco foi às ruas de Ladário para cumprir nove mandados de prisão, entre eles, do então prefeito de Ladário, Carlos Ruso (PSDB). Segundo o MP, ele supostamente paga “mensalinho” a vereadores para aprovação de projetos. Em abril de 2019, ele teve o mandato cassado.
Estados como Bahia e Mato Grosso já contam com o Gaeco no MPF. Em março, Aras dissolveu a força-tarefa da Operação Lava Jato para criar um Gaeco de âmbito nacional, para concentrar todas as operações contra a corrupção em um único grupo.