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Cidades

"Morto-vivo", Major Carvalho tenta se livrar de pena por adulterar combustível

Ex-major da PM de Mato Grosso do Sul, além de cobrar indenização do governo do Estado segue vivo em outra ação

Marta Ferreira e Aline dos Santos | 26/01/2021 13:06
Tanques pretos de combustível que segundo denúncia eram usados para guardar produto adulterado. (Foto: Reprodução de processo)
Tanques pretos de combustível que segundo denúncia eram usados para guardar produto adulterado. (Foto: Reprodução de processo)

Tido como morto na versão “Paul Wouter”, principal alvo de operação da Polícia Federal contra tráfico internacional de cocaína, Sérgio Roberto de Carvalho, ex-major da PM (Polícia Militar), além de cobrar indenização do governo do Estado segue vivo em outra ação: a que responde por adulteração de combustível.

São três acusações da promotoria pública, formação de quadrilha, distribuição de derivados de petróleo em desacordo com as normas da ANP (Agência Nacional de Petróleo) e manter em depósito substância perigosa ao homem e nociva ao meio ambiente.

Segundo a denúnca do Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado), o esquema de adulteração de combustível era proveniente de distribuidora localizadas próximas a Campo Grande. O combustível era encaminhado para chácara, passava por adulteração e eram encaminhados para cinco postos, sendo três em Campo Grande, um em Jardim e um em Coxim.

Conforme consta da acusação, o denunciado em agosto de 2004 formou quadrilha para, cometer crime de distribuição de petróleo contrário às normas da ANP (Agência Nacional de Petróleo) e, ter em depósito substância perigosa.

Sobre essa acusação, o ex-major se tornou réu só em maio de 2011.

Essa demora é um dos motivos aos quais se apega a defesa do major, que apresentou as alegações finais no processo no 18 de janeiro deste ano.

Na petição, o advogado Edilberto Gonçalves Pael anota que “até a presente data, já decorreu mais de 9 anos do recebimento da denúncia”.

Em razão disso, os representantes do ex-oficial advogam pela prescrição de um dos crimes.

Além disso, questionam os laudos de adulteração de combustível apresentados à Justiça.

Na alegação final, a defesa cita que no auto consta apreensão de um tanque com combustível, cujo produto estava dentro das especificações e por isso o produto foi restituído.

No mesmo auto consta a apreensão de mais 03 tanques, todos VAZIOS. Portanto, não há apreensão desse suposto álcool, constante do Laudo nº 011/05 (fl. 13) Conclui-se, então que há mais Laudos que produtos. Por isso não são confiáveis e idôneas esta e as outras provas usadas tanto no IPL quanto pela acusação, para embasar a incriminação", cita o defensor.

Ao final, ele pede prescrição para uma das acusações e absolvição para as outras.

Agora, a manifestação vai para análise do juiz responsável pelo processo, que vai decidir se condena ou não Sérgio Roberto de Carvalho, o homem que no Brasil está vivo, mas na Espanha, com outro nome, foi dado como morto, depois de operação que o apresenta como um dos barões do tráfico de cocaína na região.

Simulações mostram comparação entre as fotos de Sérgio Roberto de Carvalho e de Paul Woulter. (Foto: Divulgação)
Simulações mostram comparação entre as fotos de Sérgio Roberto de Carvalho e de Paul Woulter. (Foto: Divulgação)


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