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Cidades

MS é o 3º estado do País onde mulheres mais pedem socorro pelo 180

Em todas as tipificações de violência contra a mulher, incluindo a doméstica, MS é o terceiro com mais pedidos de socorro

Izabela Sanchez | 01/06/2020 13:26
Casa da Mulher Brasileira em Campo Grande, local que reúnem serviços de combate à violência contra a mulher (Foto: Henrique Kawaminami)
Casa da Mulher Brasileira em Campo Grande, local que reúnem serviços de combate à violência contra a mulher (Foto: Henrique Kawaminami)

Mesmo que seja menos populoso que muitos estados vizinhos, Mato Grosso do Sul chega na frente quando o assunto é violência contra a mulher. Dados divulgados pelo MDH (Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos) mostram que o Estado está em terceiro lugar no ranking de ligações para o 180, o canal de denúncia de violência voltado exclusivamente às mulheres.

Os números, nada animadores, mostram que em 2019, as ligações para denunciar casos de violência doméstica aumentaram 7,93% e as tentativas de feminicídio foram 74,65% maiores que em 2018.

Em todo o ano passado, 1.314.113 mulheres brasileiras discaram 180. Desse total, 6,5% buscaram denunciar e 47,91% queriam se informar sobre direitos e proteção à mulher. Em todo o país, as mulheres pardas que têm entre 25 e 35 anos são as que mais sofreram com a violência em 2019, segundo o levantamento.

Ranking - Mato grosso do Sul teve uma taxa de ligações ao 180 de 82,42 por 100 mil habitantes, a terceira maior do país, e só ficou atrás do Distrito Federal e do Rio de Janeiro. Isso significa que mais de 2,3 mil mulheres de Mato Grosso do Sul ligaram para o 180 pedindo ajuda. Quando o assunto foi denúncia de violência doméstica, novamente Mato Grosso do Sul ficou em terceiro lugar, com 69,36 ligações para denunciar a cada 100 mil habitantes.

No Brasil foram 85.412 ligações para pedir socorro. As denúncias que foram realizadas são: 78,96 por violência doméstica, 4,35% para tentativa de feminicídio, 4,08% por violência moral e 3,81% para denunciar ameaça.  A maioria das mulheres vítimas eram solteiras e o agressor, o companheiro.

Violência doméstica - Os registros de 2019 apontam 29,67% dos agressores eram companheiros; 15,13% ex-companheiros e 10,67% cônjuges. Entre as ligações para denunciar violência doméstica, 61,11% em todo o país denunciaram violência física, 6,11% denunciaram tentativa de feminicídio e 19,85% denunciaram violência moral.

Ficar em casa é perigoso – Ainda sem tabulação por estado, o MDH identificou aumento de denúncias este ano, especialmente no período de quarentena da pandemia de covid-19, março e abril. Segundo o Ministério, houve um aumento médio de 14,1% no número de denúncias feitas ao Ligue 180 nos primeiros quatro meses de 2020 em relação ao ano passado.

O total de registros foi de 32,9 mil entre janeiro e abril de 2019 contra 37,5 mil no mesmo período deste ano, com destaque para o mês de abril, que apresentou um aumento de 37,6% no comparativo entre os dois anos.

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