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Cidades

Oficiais da PM passam a ser réus em ação por receber propina da Máfia do Cigarro

Marta Ferreira | 08/06/2020 19:36
Viatura do Gaeco em um dos locais da operação Avalanche, realizada no dia 16 de maio. (Foto: Divulgação)
Viatura do Gaeco em um dos locais da operação Avalanche, realizada no dia 16 de maio. (Foto: Divulgação)

Foi recebida nesta segunda-feira (8) pelo juiz da Auditoria Militar, Alexandre Antunes, denúncia apresentada pelo MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) contra seis oficiais da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul acusados de fazer parte de quadrilha da "Máfia do Cigarro" atuante desde 2016, pelo menos. Conforme a peça processual de 176 páginas, formatada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Repressão ao Crime Organizado) e pela 24ª Promotoria, os oficiais de alta patente recebiam valores entre R$ 10 mil e R$ 150 mil para permitir a passagem de cargas de cigarro contrabandeado do Paraguai.

Eles são réus agora pelos crimes de organização criminosa e corrupção passiva. Os denunciados são o coronel Kleber Haddad Lane, ex-titular da Superintendência de Assistência Socioeducativa, o tenente-coronel Carlos da Silva, antes comandante da PM em Dourados, o tenente-coronel Jidevaldo de Souza Lima, que chefiava a 4ª Seção do Estado-Maior, o tenente-coronel Josafá Pereira Dominoni, preso quando estava no comando da 5ª Companhia da PM de Campo Grande, o tenente-coronel Wesley Freire de Araújo, ex-comandante da PM em Naviraí, e o major Luiz Cesar de Souza Herculano, que era comandante em Coxim.

Após a operação, deflagrada em 16 de maio, os comandos foram trocados e todos os presos afastados das funções.

Onde começou - Essa acusação é resultado da operação Avalanche, derivada Oiketicus, deflagrada em maio de 2018.  Na época, foram presos 20 policiais militares.

A investigação também compartilha dados da Nepsis, desenvolvida pela Polícia Federal e que, na fase mais recente, fez buscas envolvendo policiais civis suspeitos de integrar o esquema criminoso. Eles também foram afastados das funções.

Além da condenação pelos crimes, o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) pede a perda da função pública dos envolvidos.

Para a promotoria, a conduta dos oficiais foi da mais alta gravidade, além de “ferir frontalmente o decoro da classe, o pundonor e o sentimento de dever, de maneira que se torna incompatível com a atividade policial militar”.

Na decisão em que recebe a denúncia, o magistrado determina a abertura do “Conselho Especial de Justilça”, responsável pelo julgamento. O conselho é integrado pelo magistrado e por quatro oficiais, com mais tempo de carreira do que o denunciado.

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