Operação contra tráfico de drogas em oito estados prendeu 28 pessoas
Até o momento, 36 veículos, R$ 2,1 milhões, dólares, cheques e 210 kg de cocaína foram apreendidos
A Polícia Federal (PF), Receita Federal e Polícia Civil do Paraná prenderam 28 pessoas na Operação Downfall nesta quinta-feira (4). Os policiais apreenderam, até o momento, 36 veículos, armas, joias, mais de R$ 2,1 milhões em espécie, U$ 126 mil, R$ 228.170,46 em cheques e de 210 kg de cocaína. Três pessoas seguem foragidas.
Dos presos, 26 tinham mandados de prisão preventiva e 3 foram detidos em flagrante, sendo que um desses estava com mandado de prisão em aberto. A ação, que ainda está em andamento, iniciou na manhã desta quinta-feira (4) e acontece em oito estados (Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina, São Paulo, Mato Grosso, Rio de Janeiro, Goiás e Espírito Santo).
A ação conta com 500 policiais entre civis e federais e ainda com o apoio de 25 auditores da Receita Federal.
Foram decretadas durante as ações medidas patrimoniais de sequestro de imóveis, bloqueio de bens e valores existentes nas contas bancárias e aplicações financeiras dos investigados, que totalizam um valor estimado em mais de R$ 1 bilhão.
Os investigados na operação deflagrada nesta quinta-feira responderão pelos crimes de pertinência a organização criminosa, tráfico internacional de drogas e associação para fins de tráfico, com penas que podem chegar a 50 anos de reclusão. Além disso, por crime de lavagem de dinheiro, com penas que podem chegar a 10 anos de reclusão por cada ação.
O Caso - A polícia iniciou a investigação para apurar crimes de homicídios que vinham ocorrendo em Paranaguá (PR) e constatou que o aumento da violência estava relacionado a disputa pelo controle do tráfico de drogas no local.
Durante a investigação, constatou-se que além de sua atuação no tráfico interno e outros crimes, como homicídios, o líder da organização criminosa também atuava no tráfico internacional de drogas, desencadeando um trabalho conjunto entre a Polícia do Paraná e a Polícia Federal.
As investigações revelaram que a organização criminosa constituiu estrutura logística para operacionalizar as ações de narcotráfico interestadual e internacional, que abrange desde a produção da droga no exterior, o posterior ingresso e transporte dentro do território nacional, distribuição interna, preparação e o envio dos carregamentos de cocaína para o exterior utilizando principalmente o modal marítimo.
Grande parte da droga movimentada pelo grupo tinha como destino os portos da Europa. No decorrer da operação, mais de 5 toneladas de cocaína foram apreendidas.
Os lucros obtidos com essas atividades criminosas também estavam sendo usados para subsidiar a ampliação da estrutura logística do grupo, mediante aquisição de aeronaves, barcos, empresas, imóveis, entre outros instrumentos destinados a fomentar a expansão das suas ações, além de armas de fogo e munições para intensificar o poderio bélico e a capacidade de intimidação em face de outros grupos criminosos.
O principal esquema financeiro para promover a lavagem do dinheiro proveniente do tráfico internacional de drogas era o investimento em imóveis no litoral de Santa Catarina.
As investigações também constataram pagamentos de imóveis de luxo com altas quantias de dinheiro em espécie sem a devida comunicação aos órgãos competentes, bem como a utilização de pessoas 'laranjas'.