Pantanal: área queimada neste ano já se assemelha ao mesmo período de 2020
Análise feita entre meses de janeiro e agosto, indica que área queimada em 2021 representa 98% do ano passado
Segundo dados do Lasa (Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais do Departamento de Meteorologia), vinculado à UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), o Pantanal perdeu quase a mesma área queimada durante o mesmo período no ano passado, ano recorde da destruição do bioma.
Desde o início do ano até sábado (21), a maior planície alagável do mundo já havia perdido 261,8 mil hectares para o fogo, enquanto esse recorte, em 2020, foi de 265,3 mil hectares.
A preocupação se dá também por conta dos próximos meses, que caracterizam o período de seca, e que têm mais focos de incêndio.
Vale destacar que esse cenário tem se intensificado nos últimos dias, já que conforme dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), levantados pela reportagem, os períodos de janeiro a julho de 2021 e do ano passado indicam que, até então, o Pantanal sul-mato-grossense acumulou cerca de 25% do que foi registrado no ano anterior.
Dentro ou fora do bioma pantaneiro, vários relatos de incêndios têm sido feitos em Corumbá, Rio Brilhante, Porto Murtinho e Brasilândia. Neste domingo (22), o fogo chegou bem próximo da área urbana de Bela Vista, a 317 km de Campo Grande.
Após a tragédia do ano passado, quando cerca de um terço do Pantanal foi devastado, as chuvas não foram suficientes para recuperar rios e inundar as baías e os corixos. Em 20 de agosto, o rio Paraguai, o mais importante do Pantanal, atingiu 0,44 metro em Cáceres (MT), o nível mais baixo registrado no local. No mesmo dia de 2020, era de 0,70 metro. O nível médio para o período é 1,49 metro.