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Cidades

"Pergunta de cobertura" ajudou a redefinir o perfil da população de MS

Censo 2022 identificou aumento da população que se autodeclara preta ou indígena

Por Silvia Frias e Antonio Bispo | 22/12/2023 11:48
Supervisora de divulgação do IBGE, Elenice Cano, fala sobre resultado do Censo 2022 (Foto: Henrique Kawaminami)
Supervisora de divulgação do IBGE, Elenice Cano, fala sobre resultado do Censo 2022 (Foto: Henrique Kawaminami)

As chamadas “perguntas de cobertura” do Censo 2022 ajudaram a redefinir as cores, raças e etnias em Mato Grosso do Sul, com crescimento dos autodeclarados pretos e indígenas, além de aperfeiçoar o entendimento sobre população branca, parda e amarela.

Pelos dados do Censo 2022 divulgados hoje e que tratam da identificação étnico-racial da população, por sexo e idade, houve crescimento de 89% da população indígena de 2010 a 2022; no mesmo período, a população preta cresceu 49,13%, passando de 120.096 para 179.101 pessoas autodeclaradas.

A supervisora de divulgação do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), Elenice Cano, explica que a pergunta de cobertura foi inserida no Censo justamente para redefinir melhor a população.

A pergunta de cobertura era feita nas áreas de quilombola, comunidades indígenas, aldeias urbanas e regiões adjacentes aos referidos setores, e também servia para os indecisos. O recenseador lia o conceito referente à escolha e perguntava se, ainda assim, se identificava como havia sido citado anteriormente (quilombola ou indígena).

No caso das pessoas que se autodeclaravam como amarelas, o recenseador do IBGE lia a seguinte frase contida no aparelho "amarelos são pessoas de origem asiática (chineses, japoneses, coreanos, etc). Confirma essa informação?". Isso aconteceu porque na última pesquisa, era comum as pessoas olharem para a cor da pele e se definirem como amarelas, por aquilo que elas enxergavam.

Historicamente, também tiveram casos de descendentes de imigrantes de Okinawa que se declaravam brancos. Outro exemplo é autodeclaração parda para os que vivem em comunidade quilombolas. Se ainda assim, a pessoa se declara amarelo ou parda ou qualquer outra raça, é o que irá constar no questionário preenchido pelo recenseador.

Outro fator é a mudança na população miscigenadas. “Quem se declarava branco ou pardo, agora, se declara indígena, por pertencimento”. No geral, houve aumento na declaração por cor ou raça parda, preta e indígena, com decréscimo para a população branca e estabilidade da população amarela na comparação entre 1991 e 2022.

Os dados do Censo Demográfico 2022 evidenciam que a população residente no Mato Grosso do Sul (2.757.013 habitantes) é formada por 1.293.797 pessoas pardas (46,93%), 1.168.407 brancas (42,38%), 179.101 pretas (6,50%), 96.029 indígenas (3,48%) e 19.616 amarelas (0,71%).

Faixa etária – Segundo dados do Censo 2022, Mato Grosso do Sul está envelhecendo. A idade média saiu de 28 para 32 anos e o número de crianças caiu. A inversão da pirâmide não é exclusividade do Estado, sendo tendência nacional.

“A pirâmide está perdendo esse formato piramidal, a base [crianças] está ficando estreita, o meio [adultos] está mais larga e o topo [idosos] está aumentando. Essa é questão que chama atenção, são necessárias políticas para qualidade de vida e bem-estar dos idosos”, disse Elenice. Alem disso, também há o fator previdenciário, já que aumenta número de aposentados e cai número de contribuintes ativos.

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