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Cidades

Pontuação alegada por prefeitura para mudar bandeira é equivocada, diz Geraldo

Geraldo Resende explicou que alteração de bandeiras em todos os municípios partiu de critérios excepcionais

Aletheya Alves | 15/06/2021 09:05
Leito de UTI no Hospital Regional de Mato Grosso do Sul com paciente internado por covid-19. (Foto: Saul Scharmm/Governo Estadual)
Leito de UTI no Hospital Regional de Mato Grosso do Sul com paciente internado por covid-19. (Foto: Saul Scharmm/Governo Estadual)

Para reclassificação de bandeiras no Prosseguir, que levou Campo Grande à cinza, o comitê do Programa usou critérios referentes ao quadro epidemiológico estadual, partindo de dados sobre ocupação de leitos. Segundo a Secretaria de Saúde, houve um acordo para que todos os municípios subissem um bandeira, como forma de combater a doença no Estado de forma generalizada. Por isso, desta vez nenhum nota foi levada em consideração para a tomada de decisões.

Ontem, o prefeito da Capital, Marquinhos Trad (PSD), questionou a reclassificação do Prosseguir. De acordo com Trad, Campo Grande havia conseguido uma pontuação 28, melhor que na semana anterior, mesmo assim foi remanejada para bandeira cinza que indica maior gravidade.

Segundo o secretário estadual de Saúde, Geraldo Resende, esse lógica não existe porque a avaliação desta vez foi outra, levando em conta apenas a lotação de leitos. Houve uma discussão em caráter extraordinário para que se realizasse a graduação, sem levar em conta os critérios normalmente aplicados. “Deliberamos uma bandeira maior para todos os municípios de MS. Quem estava laranja passou para vermelha, quem estava vermelha foi para cinza e assim com as outras classificações”.

Para a tomada de decisão, o secretário relata que o comitê do Prosseguir analisou o quadro epidemiológico da covid-19 nos municípios. “Verificamos com excepcionalidade e foi colocado como delimitador a taxa de ocupação de leitos. Municípios que estivessem com mais de 90% de ocupação seriam colocados em um grau maior. Todo o Estado está com 100%, então houve mudança na bandeira”, explica.

Desobediência - Sobre a flexibilização adotada pelo prefeito de Campo Grande, o secretário estadual de Saúde considera desobediência, já que o prefeito Marquinhos Trad disse ontem, com todas as letras, que não reconhece o atual decreto do Prosseguir. Com a mudança, a Capital anunciou volta a seguir o decreto anterior, que colocava as regras apenas recomendação e não mais obrigatório.

O governo ainda não decidiu se vai judicializar a questão. O secretário estadual de Saúde, Geraldo Resende, afirmou nesta manhã ao Campo Grande News que espera reação do MP. “Espero que essa medida seja revertida. O governo já manifestou o inconformismo. Então, compete também ao MP nos auxiliar neste encaminhamento”. O Ministério Público ainda não se manifestou sobre o assunto.

O chefe da pasta que está à frente do combate à pandemia no Mato Grosso do Sul voltou a lamentar a atitude do prefeito Marquinhos Trad (PSD) e que compromisso assumido quando da criação do Prosseguir está sendo descumprido. “Foi uma decisão tomada a pedido dos prefeitos. Eles pediram medidas uniformes. Respondemos a essa demanda e fomos surpreendidos porque o prefeito da capital rompeu. Ele que participou dessa construção, ficamos surpreendidos”.

Geraldo Resende diz que o cenário em Campo Grande não mudou. Ainda há fila de espera por vagas em hospitais. “Entendemos que o momento é crítico, estamos encaminhando pacientes para outros estados. Não dá para fazer decreto que mostra uma realidade que está longe de existir. A situação é crítica. Temos 160, 170 pacientes esperando regulação de vagas na região de Campo Grande”.

Além de Campo Grande, a prefeitura de Três Lagoas também desconsiderou a avaliação do Governo do Estado através do Prosseguir. Já Dourados conseguiu autorização para não seguir as regras do decreto estadual, que também inserir o município em bandeira cinza.

De acordo com o último relatório do Programa, Campo Grande e outras 43 cidades estavam classificadas com bandeira cinza, que indica o maior risco de contaminação por covid-19. Nesta classificação, é permitido o funcionamento apenas de atividades consideradas essenciais.

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