Projeto para ligar ponte no Rio Paraguai à BR-267 será licitado neste ano
Estudo para trecho de 12 km que viabiliza a Rota Bioceânica será contratado pelo governo federal, disse ministro a governador
O trecho rodoviário de 12 quilômetros que permitirá a ligação da ponte a ser construída no Rio Paraguai em Porto Murtinho –a 431 km de Campo Grande– com a BR-267 terá seus estudos licitados ainda neste ano, conforme garantiu ao governador Reinaldo Azambuja (PSDB) o ministro Tarcísio Gomes de Freitas (Infraestrutura). A via garantirá a implementação da rota bioceânica, interligando por meios rodoviários o Brasil aos portos do Chile e Peru, reduzindo o tempo de viagem dos produtos brasileiros para o mercado asiático.
A expectativa é de que o projeto seja entregue até o meio do ano que vem, segundo destacou Freitas em reunião nesta quinta-feira (7) em Brasília. Segundo o governador, o ministro confirmou que não apenas o traçado rodoviário, mas também o trajeto por ferrovias em direção ao Oceano Pacífico se mostrou mais vantajoso por Mato Grosso do Sul. “Tanto a ferroviária quanto a rodoviária são importantíssimas para a competitividade do nosso Estado”, enfatizou Reinaldo.
“O ministro anunciou o projeto executivo do trecho de acesso à BR-267 até a ponte ligando Porto Murtinho a Carmelo Peralta”, prosseguiu o governador, ao considerar que o anúncio foi “um passo muito grande”. “Ouvi do ministro, quem estava na reunião também ouviu após eu perguntar: ‘Qual a visão que o senhor tem das rotas bioceânicas ferroviária e rodoviária. Ele foi claramente textual: ‘são as duas melhores rotas a serem concebidas pelo Brasil. Não adianta sonhar, ter utopia, nós temos que incentivar o andamento’”.
Licenças – Presente à reunião, o secretário Jaime Verruck (Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar) informou que o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) está concedendo a licença para as obras da rodovia de acesso à ponte, estimada em R$ 120 milhões. Freitas, segundo ele, confirmou haver verbas para a licitação do projeto, que ficará pronto até o meio de 2020.
Verruck informou que o governo trabalha, também, para antecipar a concessão do trajeto ferroviário. “Temos o investidor, temos a demanda levantada, temos o projeto, mas precisamos antecipar a concessão, ninguém vai investir em uma ferrovia que tem sete anos de concessão licitada”, afirmou o secretário, referindo-se à Malha Oeste (que inclui as ferrovias que operam no Estado e está vinculada à licitação da Malha Paulista).
Recomposição – Reinaldo também esteve na Casa Civil da Presidência da República, onde se reuniu com o assessor especial Leandro Barbosa de Lima, para tratar dos cortes de R$ 94 milhões em investimentos federais no Estado, que atingem a UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), IFMS (Instituto Federal de Mato Grosso do Sul), Aeroporto de Dourados e a manutenção de rodovias.
“O ministro fez o compromisso com Mato Grosso do Sul de recompor esse valor. Viemos para a Casa Civil tratar sobre isso, já que vai haver reunião do grupo orçamentário do governo federal. Eu tenho certeza que o ministro Onyx Lorenzoni vai cumprir sua palavra”, destacou Azambuja, referindo-se ao compromisso de recomposição de R$ 70 milhões para manutenção de rodovias e implantação do entroncamento rodoviário da BR-419 com a BR-262, reduzindo em 100 quilômetros a distância entre Rio Verde e Porto Murtinho e agilizando a rota bioceânica. A liberação da licença de operações para o novo porto de Murtinho e a recuperação da BR-267 também foram discutidas em Brasília nesta quinta-feira.