Quase nove a cada 10 indígenas de MS já foram imunizados contra a covid
Dados mostram que 96% da população indígena tomou ao menos 1ª dose e 87% já foram imunizados
Há seis meses, quando as primeiras doses de imunizante do coronavírus eram aplicadas em território sul-mato-grossense, os indígenas eram um dos grupos mais afetados, proporcionalmente, pela pandemia. Por uma série de fatores históricos, que influenciam em questões sanitárias nos dias atuais, eles foram incluídos, junto a outros públicos, nos grupos prioritários do Plano Nacional de Imunização.
Atualmente, cerca de 87% dos indígenas de Mato Grosso do Sul foram imunizados contra a covid-19 - com duas doses ou vacina única. Segundo dados da SES (Secretaria Estadual de Saúde), levantados pelo Campo Grande News, cerca de 95% dessa população foi vacinada com pelo menos a primeira dose e aguarda prazo para receber a segunda.
A reportagem verificou, segundo informações do Vacinômetro, plataforma elaborada pela pasta, que eram estimados pouco mais de 46,1 mil indígenas aldeados ou não, em Mato Grosso do Sul.
Desses, 39,2 mil tomaram duas doses de imunizante, enquanto 786 foram imunizados com dose única de Janssen. Ou seja, há 4,1 mil que ainda não completaram ciclo vacinal, seja por não ter sido completado prazo ou por não comparecimento.
Benefícios - Além disso, ainda conforme microdados da pasta estadual, as mortes, quando divididas pela classificação de "raça ou cor", apresentaram redução expressiva entre indígenas. Na tabela abaixo, você confere a quantidade de vítimas registradas por covid-19, divididas pelas cinco declarações, além de casos que não foram identificados (ignorado).
Óbitos | 2020 | 2021 |
Amarela | 35 | 66 |
Branca | 977 | 2621 |
Ignorado | 174 | 795 |
Indígena | 94 | 53 |
Parda | 1038 | 2727 |
Preta | 72 | 201 |
Ainda que não seja possível, no momento, afirmar a correlação entre a imunização e essa redução de óbitos, é válido destacar que as vítimas indígenas do coronavírus foram reduzidas quase que pela metade em Mato Grosso do Sul.
Considerando todo ano de 2020, brancos, pardos, pretos e amarelos mais que dobraram a quantidade de óbitos, se comparado ao que foi registrado até ontem (26), apenas em 2021.