Rede de oxigênio do HR está sobrecarregada, diz sindicato dos médicos
Com leitos lotados e poucos medicamentos, profissionais defendem o “lockdown”
Sem leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva), o sistema de saúde também enfrenta a sobrecarga da rede de oxigênio no Hospital Regional, unidade de referência no tratamento da covid-19, em Mato Grosso do Sul. A denúncia foi feita pelo Sinmed (Sindicato dos Médicos de Mato Grosso do Sul) que se posiciona a favor do “lockdown”, diante da situação de colapso do SUS.
“A situação está crítica, já temos casos de vermos pais e filhos perderem suas vidas para a doença em curto espaço de tempo. Chegou hora de adotarmos medidas mais enérgicas, como o lockdown, por ao menos dez dias”, declara o presidente do Sinmed MS, Marcelo Santana.
A informação sobre a sobrecarga na rede de oxigênio do HRMS chegou ao conhecimento da entidade, nesta quinta-feira (17), por meio de ofício, no qual destaca-se que além dos leitos comuns, o hospital possui os de “retaguarda provisórios”, nos quais os pacientes aguardam decisão clínica ou leito no pronto-atendimento, são as salas vermelha e azul.
Conforme o documento, nos locais, há, conforme necessidade, disponibilidade de ventiladores. “Os quais são utilizados, infelizmente, nas ultimas 24h tivemos oito pacientes intubados na área vermelha –I, 05 intubados na área vermelha-II, e oito pacientes com máscaras de alto fluxo”, diz o ofício.
Outra informação preocupante é que nas alas de enfermaria, os pacientes têm ficado, em sua maioria, com cateteres de oxigênio. “Dos pacientes internados, 178 pacientes com alto fluxo e 55 com cateteres de oxigênio, totalizando 233 pacientes dependentes de oxigênio”.
A situação preocupa a categoria. “Estamos vivendo um momento extremamente adverso e, mesmo diante dos esforços do Poder Público e dos profissionais da área da saúde, se a sociedade não colaborar – no sentido de se proteger e evitar adoecer – teremos esse quadro muito agravado”, diz o presidente do Sinmed-MS.
Aumento da contingência – O ofício também pontua que a quantidade de oxigênio que “chega ao HRMS e é alocado em nossos tanques, estes conforme os contratos licitatórios, estão resguardados e a empresa responsável tem nos garantido este suporte contínuo e reiterado que o mesmo não faltará, salvo contingência maior”.
A reportagem do Campo Grande News entrou em contato com a administração do Hospital e Regional, mas não obteve retorno até o fechamento.