Sem novos incêndios, Forças Armadas são retiradas do Pantanal
Militares atuaram no bioma em Mato Grosso do Sul em colaboração com combatentes do Estado
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Em portaria publicada na edição de hoje (12) do Diário Oficial da União, o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, determina a retirada de militares das Forças Armadas que trabalhavam no combate aos incêndios no Pantanal. A ordem vale a partir de 10 de novembro, mas foi oficializada mais de um mês depois.
RESUMO
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Devido ao início do período de chuvas e à ausência de incêndios ativos em Mato Grosso do Sul, o Ministério da Defesa determinou a retirada de militares do combate aos incêndios no Pantanal a partir de 10 de novembro. Apesar de 2023 ter registrado um número recorde de hectares queimados no bioma (1,6 milhões em Mato Grosso do Sul, superando até mesmo 2020), o Corpo de Bombeiros planeja uma força-tarefa de 365 dias em 2024, com aumento no efetivo e bases operacionais.
Com o início do período de chuvas e cheias no bioma, só uma base militar está ativa e não há incêndios em combate em Mato Grosso do Sul, segundo informou o Corpo de Bombeiros ontem (11).
Em julho deste ano, ápice da crise, cerca de mil pessoas chegaram a enfrentar as chamas somente na parte do bioma que o Estado, segundo o governador Eduardo Riedel (PSDB). Entre elas, estiveram centenas de militares das Forças Armadas enviadas pelo governo federal para dar apoio ao trabalho.
O ano foi difícil para o bioma: em Mato Grosso do Sul, 1,6 milhão de hectares foram queimados entre 1º de janeiro e 11 de dezembro, segundo o Lasa-UFRJ (Laboratório de Aplicações Satélites da Universidade Federal do Rio de Janeiro). A área superou até a afetada em 2020, pior ano para o Pantanal como um todo. Apenas no Estado, 1,5 milhão foram perdidos, de acordo com a mesma fonte – é esse o tamanho calculado, após atualizada a metodologia utilizada à época.
Fatores como a seca prolongada, mudanças climáticas e ações criminosas fizeram o fogo arder o Pantanal, devastando vegetação e matando animais queimados. Santuários como a Serra do Amolar não escaparam.
Superavião e fronteira - Além do efetivo, as Forças Armadas enviaram equipamentos, veículos e aeronaves para os locais de combate. A ferramenta mais notável foi o KC-390, um avião que possui caixa d'água capaz de armazenar 12 mil litros.
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Militares das Forças Armadas também chegaram a ser enviados para a fronteira entre Mato Grosso do Sul e a Bolívia, em reação ao avanço dos incêndios do país vizinho para o lado brasileiro.
Ano que vem - Em entrevista coletiva realizada ontem (11), diretoria do Corpo de Bombeiros informou que a força-tarefa contra os incêndios florestais vai durar 365 dias no ano que vem.
Ao todo, 408 militares da corporação devem atuar, sendo 240 temporários e 168 novos soldados. As 11 bases existentes também estarão ativas, com quatro militares alocados em cada uma e uma viatura por equipe.
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