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Cidades

Tribunal Regional Federal nega anular operação que infiltrou falso PF

Segundo desembargador, a questão deve ser levada primeiro à Justiça Federal de Ponta Porã

Aline dos Santos | 02/11/2020 10:29
Dinheiro apreendido na operação Nepsis, que teve a primeira fase em 22 de setembro de 2018. (Foto: Divulgação/PF)
Dinheiro apreendido na operação Nepsis, que teve a primeira fase em 22 de setembro de 2018. (Foto: Divulgação/PF)

O TRF 3 (Tribunal Regional Federal da 3ª Região) indeferiu liminar  que pedia a anulação da operação Nepsis, que investiga a Máfia do Cigarro, por infiltrar falso policial federal.

De acordo com decisão do desembargador federal José Marcos Lunardelli, a Corte não pode se pronunciar sobre o tema sem que esteja demonstrado que a matéria foi submetida à apreciação do magistrado, para que não haja indevida supressão de instância.

A vida dupla  do infiltrado  Wellington José Carvalho de Almeida, na verdade fiscal da prefeitura de Dourados e irmão gêmeo de PM preso na ação, já foi notícia por ter se passado por policial e cobrado propina de R$ 1 milhão da Máfia do Cigarro. No mês passado, a sua atuação motivou pedido de anulação da operação, realizada pela PF.

“A despeito das alegações do impetrante, no sentido de que posteriormente à prisão de Wellington foram produzidas provas ilícitas, observo que a justa causa para a ação penal, bem como para a decretação da prisão preventiva, decorre de outros elementos, notadamente as interceptações telefônicas autorizadas em momento anterior à deflagração da Operação Nepsis, que culminou com a prisão de Wellington”, informa a decisão.

O habeas corpus foi apresentado pela defesa de Carlos Alexandre Gouveia, conhecido como Kandu, acusado de organização criminosa, contrabando e corrupção ativa.

Segundo o  advogado José Augusto Marcondes de Moura Junior, Wellington atuou como “pseudo policial”, com conhecimento de delegado lotado em Ponta Porã, numa terceirização da investigação e até com dica de um policial federal para usar barba, como é comum entre os agentes.

De acordo com a Polícia Federal, todos os fatos relativos ao fornecimento de informações para a "Operação Nepsis" por parte de Wellington José Carvalho de Almeida foram devidamente explicados nos autos do processo na 2ª Vara da Justiça Federal Ponta Porã.

“No qual foi condenado em primeira instância a mais de 10 anos de reclusão, não sendo apontada qualquer irregularidade na atuação da Polícia Federal”.

A Nepsis investiga esquema de corrupção envolvendo as Forças de Segurança Pública no Estado de Mato Grosso do Sul (em especial PRF, PM e Polícia Civil) para facilitar o contrabando de cigarros paraguaios.

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