Violência doméstica avança, com quase 21 medidas protetivas por dia no Estado
De 20 de março a 16 de abril Justiça concedeu 566 medidas protetivas a mulheres vítimas de agressão no Estado
O isolamento social, para evitar a proliferação do coronavírus, obrigou as pessoas a ficarem em casa e resultou em aumento de casos de violência de doméstica e familiar contra a mulher no Estado. Dados da Coordenadoria Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar em Mato Grosso do Sul apontam que de 20 de março a 16 de abril, foram concedidas 566 medidas protetivas. Isso equivale a 20,9 medidas de proteção por dia.
Os números sobre feminicídio abrangem um período maior de meses. De janeiro a março deste ano foram oito feminicídios e 17 tentativas deste crime.
Diante desta realidade, foi criado um Grupo de Trabalho composto pelas assistentes sociais Vanessa Vieira, da Coordenadoria da Mulher do TJMS, Elaine de Oliveira França, do NUDEM da Defensoria Pública MS, e Elaine Flores, do NEVID do Ministério Público MS. O grupo tem se reunido por videoconferência para propor ações de combate à violência doméstica.
Entre as propostas das profissionais estão informar à Secretaria Municipal de Assistência Social quais os serviços disponíveis no sistema de justiça para mulheres em situação de violência na Capital; solicitar que o atendimento prestado à mulher nos Centros de Referência da Assistência Social (CRAS) tenha um olhar mais apurado no que se refere à violência doméstica e, caso identificado, que se encaminhe com urgência a mulher aos serviços especializados da Rede.
As sugestões ainda englobam destacar um representante de cada CRAS para esclarecimento e informações sobre a violência doméstica e a Rede de Enfrentamento com o grupo de trabalho. Na Capital existem 22 CRAS, distribuídos nas regiões de maior concentração de famílias em situação de vulnerabilidade, cuja função é disponibilizar serviços, programas e projetos socioassistenciais de proteção social básica para as famílias.