ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram
DEZEMBRO, QUARTA  25    CAMPO GRANDE 25º

Cidades

Ação judicial tenta tornar públicos dados sobre fila da casa própria em MS

MPE entrou com ação na Justiça contra Agehab e Emha

Mayara Bueno | 26/09/2016 11:07

A Prefeitura de Campo Grande e o governo do Estado deverão informar a relação de inscritos nos programas de moradias populares, ordem dos próximos a receber, as pessoas que são prioridades e a lista de quem já recebeu as casas. Pelo menos é o que prevê ação do MPE-MS (Ministério Público Estadual de Mato Grosso do Sul), que foi à Justiça contra a Emha e Agehab (Agência Municipal e Estadual de Habitação).

Conforme aponta os autos, o Ministério Público começou a investigar supostas irregularidades na distribuição de casas populares, depois de denúncias de que as causas sociais – determinantes no programa -, não estariam sendo cumpridas e, sim, a distribuição das moradias estaria ocorrendo para atender “fins eleitoreiros”.

Mas, ao longo da apuração, o MPE descobriu que as agências sequer informam os dados da seleção e distribuição, que seriam fundamentais.

Questionada ao longo da investigação, a Agência Municipal de Habitação disse que existe um cadastro online que pode ser acessado por qualquer um, mas que não há a ordem de quem receberá as próximas moradias.

Já a Agehab afirmou que existe portal com inscrição, critérios de priorização e seleção, listagem de inscritos em MS com a situação e relação de beneficiários de 2012 a 2016, por município.

O MPE afirma que o objeto da investigação era saber se existe irregularidade e motivos da longa espera, no entanto, a apuração ficou prejudicada, pois não existe um mecanismo de controle, principalmente “no que se refere ao momento de seleção”.

Para a investigação, os sites das duas agências não fornecem informações suficientes para o controle. “Isso oportuniza a ocorrência das possíveis irregularidades narradas na vertente investigação que, na verdade, sabe-se que ocorre, mas que, infelizmente são de difícil ou quase impossível comprovação”, trazem os autos.

Somente com os dados em mãos sobre quem está próximo de receber alguma moradia é que será possível descobrir se há preferência ou não no recebimento de casas. “Afinal, se a escolha não é aleatória e há procedimento de seleção preestabelecido o resultado deverá ser divulgado”.

Investigação – A denúncia começou depois que inscritos nos programas relataram estar há tempos na fila de espera, preenchiam os requistos, mas ainda não haviam sido chamados.

Outra situação é que as concessão das moradias estaria atendendo “interesse eleitoreiro”, diante de benefícios para “certas pessoas em detrimento de outras”, da alteração da ordem de aquisição dos imóveis e do desvio da finalidade dos programas habitacionais.

O problema é que não foram informados ou apresentadas elementos que comprovem tais denúncias, por isto o pedido do MPE, por enquanto, é para que a Justiça obrigue ambas agências a fornecerem as informações.

A reportagem do Campo Grande News procurou o diretor-presidente Dirceu Peters, mas ele informou que ainda não foi notificado, portanto, não poderia se posicionar sobre o assunto. A Agehab ficou de responder, mas não se posicionou até o fechamento e publicação deste texto.

Nos siga no Google Notícias