Amamsul diz que vale-transporte de R$ 6 mil para juiz é inverídico e “má-fé”
No Estado, já foram aprovadas lei com pagamento de auxílio-transporte para MP e Defensoria Pública
A Amamsul (Associação dos Magistrados de Mato Grosso do Sul ) divulgou nota neste sábado (dia 17) sobre o projeto que cria auxílio-transporte para os magistrados do TJ/MS (Tribunal de Justiça). O documento nega que o valor do benefício alcance R$ 6 mil, aponta que os subsídios dos juízes têm déficit de 38% desde 2005 e afirma que não há supersalários no Poder Judiciário de MS.
“A afirmação de que a indenização alcança R$ 6.000,00 é inverídica e beira a má-fé da reportagem, já que no projeto de lei não há definição de valor, o qual será definido de acordo com a dotação orçamentária do Tribunal de Justiça e com respeito ao princípio da razoabilidade”, diz a nota de esclarecimento, assinada apenas como “Diretoria Amamsul 2017/2018”.
Ontem, o Campo Grande News divulgou que o valor do auxílio-transporte pode alcançar R$ 6.094,22. O cálculo considera que o subsídio dos juizes chega a R$ 30.471,11 e o texto do projeto de lei prevê benefício de até 20%.
“O magistrado em atividade perceberá, mensalmente, a título de auxílio transporte, o valor correspondente a, no máximo, vinte por cento do subsídio a que faz jus, na forma do regulamento a ser editado pelo Presidente do Tribunal de Justiça”, informa o texto do projeto encaminhado à Assembleia Legislativa.
A proposta altera a Lei 1.511, de 5 de julho de 1994, que instituiu o Código de Organização e Divisão Judiciárias do Estado, que já estabelece auxílio-alimentação e saúde.
A nota de esclarecimento informa que o pagamentos e indenização para custeio de despesas com transporte de magistrados durante o serviço encontra amparo na Lei Orgânica da Magistratura Nacional e em resolução do CNJ (Conselho Nacional de Justiça).
No Estado, já foram aprovadas lei com pagamento de auxílio-transporte para membros do MP/MS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) e Defensoria Pública.
Remuneração - Os magistrados do TJMS receberam em janeiro deste ano o valor líquido total de R$ 12,34 milhões, de acordo com planilha disponível no Portal da Transparência do CNJ. A menor remuneração foi de R$ 21.919,06 e a maior, R$ 148.665,74.
Conforme a Amamsul, todos os pagamentos são feitos com base na lei e na Constituição Federal. “Eventual valor que ultrapasse o teto constitucional decorre do pagamento de valores que o Estado, há muito tempo, deve a alguns magistrados, cuja dívida deve ser paga a todos os credores, como ocorre com qualquer trabalhador brasileiro”.
A nota ainda lamenta que a imprensa divulgue informações para "denegrir" a imagem do Poder Judiciário.