Apesar de ofensiva da polícia, facção criminosa PCC cresce em MS
Em entrevista coletiva, na tarde desta quinta-feira (15), o titular da Deco (Delegacia Especializada de Combate ao Crime Organizado) João Eduardo Santana Davanço admitiu que o crime organizado, como o PCC (Primeiro Comando da Capital), vem crescendo em Mato Grosso do Sul, apesar da ofensiva da Polícia Civil. Ele, porém, tentou minimizar o poder dos bandidos, frisando que, no Estado, as ações não são tão “ativas” como em São Paulo e no Maranhão.
O delegado foi claro ao afirmar que o “crime organizado vem crescendo”, em Mato Grosso do Sul. Na sequência, no entanto, destacou que as ações da “polícia vêm contendo” os bandidos. “Aqui não é ativo como em São Paulo e no Maranhão”, comparou.
Em março do ano passado, o PCC (Primeiro Comando da Capital) encomendou a morte do policial aposentado de Três Lagoas, Otacílio Pereira de Oliveira, de 60 anos. Após o assassinato, onda de crimes preocupou as autoridades do Estado.
Justamente para conter os bandidos, em julho de 2013, a polícia deu os primeiros passos da operação “Pacto contra o Crime”, que, nesta quinta-feira, cumpriu 85 mandados de prisão em seis municípios do Estado. “Hoje, o foco da operação é combater pessoas que estão fora das cadeias, mulheres de presos e a chamada sintonia de rua”, disse o delegado.
Segundo ele, “as pessoas de fora do presídio sustentam o crime organizado com tráficos e roubos”. “Na semana passada, a mulher de um preso foi detida tentando entrar com R$ 17 mil”, exemplificou Davanço. Dos 85 mandados de prisão cumpridos hoje, 33 envolvem pessoas de fora das cadeias.
O delegado detalhou ainda que, do total de mandados, 28 foram cumpridos em Campo Grande, dois em Mundo Novo, 25 na Penitenciária Máxima da Capital, dois na Instituição Penal de Campo Grande, dois no presídio de trânsito, um no Federal, 10 no presídio de Dourados, três em Três Lagoas, um em Corumbá e dois em Dois Irmãos do Buriti.
O mandado envolvendo os presos se deu na tentativa de mantê-los mais tempo atrás das grades, principalmente, por causa da proximidade do cumprimento da pena. Ainda na operação, a polícia conseguiu identificar cinco chefões. Eles serão transferidos do local na tentativa de neutralização dos crimes.
Sobre o futuro do combate ao crime organizado, o delegado ressaltou que está “em fase de teste bloqueador de celular nos presídios”. Ao mesmo tempo, se trabalha para tornar mais rigorosa a monitoração das visitas aos presídios.