Apontado como "laranja", 4º alvo da operação Lama Asfáltica se apresenta
O advogado que conversou com o Campo Grande News ontem informou que o cliente estava uma fazenda no sul do Estado e por isso não havia sido encontrado
Em silêncio e acompanhado por seu advogado, Romilton Rodrigues de Oliveira, alvo de mandado de prisão preventiva expedido para a 6ª fase da Operação Lama Asfáltica se apresentou por volta das 10h15 à PF (Polícia Federal) em Campo Grande. Nesta terça-feira (27), quando foi deflagrada a Computadores de Lama, ele não foi localizado e foi considerado foragido.
A defesa de Romilton fez contato com a PF, contudo, informando que ele se apresentaria nesta manhã, como de fato aconteceu. O advogado que conversou com o Campo Grande News ontem informou que o cliente estava uma fazenda no sul do Estado e por isso não havia sido encontrado.
Nesta manhã, vestido com calça jeans, camisa, bota e chapéu, Romilton chegou à sede da PF e rapidamente passou pela entrada, direto para dentro do prédio da superintendência. Uma porta lateral foi aberta para que ele não precisasse se apresentar na portaria e nem passar pelas catracas. Romilton não falou com a imprensa e seu defensor que saiu da sede com o chapéu usado por ele para tentar se esconder, disse apenas que não tinha nada a declarar.
Romilton é pecuarista e, conforme apuração da Lama Asfáltica, serviria de “laranja” no esquema de desvio de dinheiro dos cofres públicos e remessas de valores de forma clandestina para o exterior. Com a prisão dele, todos os quatro mandados de prisão da Operação, foram cumpridos.
Além dele, também estão presos preventivamente, o ex-secretário-adjunto de Fazenda, André Luiz Cance, e os empresários Antônio Celso Cortez e João Roberto Baird, os três apontados como os principais operadores na trama.
A investigação aponta ainda “movimentação financeira atípica” em 2015 e evidencia vínculo entre Romilton e João Baird, tendo em vista remessas de recursos oriundas de Baird e de Antônio Cortez, ao pecuarista, “sem, contudo, quaisquer contrapartidas declaradas que justificassem os referidos recebimentos”.
De acordo com a força-tarefa, nesta 6ª fase da operação, donos de empresas de informática, Baird e Cortez, que prestam serviços para o poder público são investigados por enviar valores clandestinamente para o exterior e o uso de “laranjas” para ocultar patrimônio adquirido com dinheiro desviado dos cofres públicos.