Após reunião frustrada, indígenas querem “fazer valer os seus direitos”
Após a frustração vivida por lideranças indígenas na reunião realizada ontem (27), em Brasília, entre a secretária executiva do ministério, Márcia Pelegrini, o ministro-chefe da Presidência da República, Gilberto Carvalho e produtores rurais, os indígenas pretendem “fazer valer os seus direitos”.
O encontro de ontem teria o objetivo de definir os detalhes para a compra das propriedades destinadas à ampliação ou criação de novas áreas indígenas no Estado. Porém, segundo o advogado dos indígenas, Luiz Henrique Eloy, o resultado do encontro foi a definição de uma nova reunião para daqui a 15 dias.
No último domingo (25), a liderança da etnia Terena já havia divulgado uma carta na qual se diziam cansados de reuniões sem decisões. No documento, os indígenas lembraram que o Governo Federal estipulou o prazo final em 5 de agosto para apresentar o cronograma de entrega das terras.
“Já estamos cansados de reuniões para marcarem outras reuniões. Caso o ministro da Justiça não apresente o Cronograma de Execução, os povos indígenas de Mato Grosso do Sul irão fazer valer os seus direitos”, diz o documento.
Tanto o cronograma não foi entregue e muito menos o Ministro compareceu na reunião. José Eduardo Cardozo foi representado pela secretária executiva da pasta.
O advogado dos índios explica ainda que a reunião desta terça-feira pode ser considerada a pior desde que as rodadas de negociações entre os produtores, indígenas e Governo começaram.
“Produtores e seus advogados que não estavam participando desde o início, debateram sobre questões já superadas pela mesa de negociação. Por outro lado, nota-se por parte do Governo do Estado de Mato Grosso do Sul um nítido objetivo em não cooperar nas negociações”, declara.
Para tentar colocar um fim no impasse, todas lideranças Terena do Estado irão se reunir na próxima sexta-feira (30) em Nioaque, a 179 quilômetros de Campo Grande, para definir quais atitudes serão tomadas.