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Cidades

Asfalto e trânsito: gargalos da cidade que mais cresce no Estado

Gigante com pés de barro: falta asfalto até no aeroporto

Aline dos Santos, enviada especial a Três Lagoas | 11/10/2013 08:00
Em frente a aeroporto novinho, ainda falta acesso asfaltado. (Foto: João Garrigó)
Em frente a aeroporto novinho, ainda falta acesso asfaltado. (Foto: João Garrigó)
Asfalto e trânsito: gargalos da cidade que mais cresce no Estado

Quem chega por ar a Três Lagoas, cidade que mais cresce em Mato Grosso do Sul e sempre na escala de bilhões, logo vai estar, literalmente, em terra. A obra do aeroporto municipal é novinha em folha, tem fachada espelhada e recebeu R$ 5 milhões em investimentos. Mas, na frente a recepção é de chão batido.

O cenário representa uma constante para quem circula pela cidade, localizada na divisa com São Paulo. Com o crescimento rápido, as construções avançam por ruas sem asfalto.

De acordo com o secretário de Desenvolvimento Econômico, Luciano Dutra, o plano da Prefeitura é fazer a pavimentação já com a rede de esgoto. “Do que adianta fazer asfalto e depois a Sanesul vai abrir. Faz primeiro a rede de esgoto, depois faz em cima”, afirma.

Segundo ele, a previsão é que até 2015 a cidade tenha 90% de rede de esgoto. A falta de asfalto incomoda. Sem revelar o nome, um empresário conta que pagou R$ 5 mil para fazer cascalhamento na rua. O motivo do sigilo é temer que a crítica à administração atrase ainda mais a pavimentação na rua do seu negócio.

Ruas de terra se espalham por boa parte da cidade. (Foto: João Garrigó)
Ruas de terra se espalham por boa parte da cidade. (Foto: João Garrigó)

Os acidentes de trânsito também preocupam, como mostram as diversas faixas de alerta espalhadas pelos cruzamentos. A frota de veículos aumentou, com reforço dos ônibus que transporta os trabalhadores. Segundo a PM (Polícia Militar), em 2012 foram 2.002 acidentes, sendo 990 com vítimas. Em 2013, de janeiro a 6 de outubro, já foram 1.442, ou seja, 72% do total registrado durante todo o ano passado.

Em 2012, foram dez mortes. Neste ano, foram seis óbitos. Como são registradas somente mortes no local do acidente, o comandante do 2º Batalhão da PM, tenente-coronel Wilson Sérgio Monari, reconhece que a estatística não retrata a realidade da violência no trânsito. “Em 2013 teve redução de acidentes, mas os números ainda são bem altos”, salienta. A frota da cidade passou de 28 mil veículos em 1995 para 60 mil.

Criminalidade - Depois do aumento de roubos e furtos entre 2007 e 2008, quando a obra da Fibria, indústria de celulose, aumentou a população da cidade, o comandante aponta que a situação foi revertida. “Os números estão praticamente estáveis”, diz.

Segundo comandante da PM, trânsito preocupa e estatísticas não retratam realidade. (Foto: João Garrigó)
Segundo comandante da PM, trânsito preocupa e estatísticas não retratam realidade. (Foto: João Garrigó)

Segundo Monari, de 2009 em diante houve aumento de efetivo e viaturas. A polícia também faz operações preventivas, como no entorno da lagoa, ponto que reúne boa parte da população aos fins de semanas. O objetivo é combater som alto e evitar presença de menores de idade nas algazarras. Os policiais levam o decibelímetro e a pessoa é enquadrada em crime ambiental.

Para Jéssica Andrade Muniz, de 22 anos, o pior da cidade é a Saúde. “Não tem ampliação e o hospital fica sempre lotado”, reclama a moradora, que trabalha como atendente em pet shop e depois do expediente atua como cabeleireira.

Conforme dados da Prefeitura de Três Lagoas, entre 2000 e 2010, foram R$ 12 bilhões em investimentos. Mesma cifra a ser alcançada entre 2010 e 2014. A renda média praticamente triplicou. Em 2005, era R$ 650. No ano passado, chegou a R$ 1.850.

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