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Capital

“Pensei que iam me matar”, diz motorista da Uber baleado em assalto

Rapaz levou um tiro nas costas, durante roubo na madrugada deste domingo (23)

Luana Rodrigues e Marcus Moura | 24/04/2017 11:54
Motorista está internado na Santa Casa, ainda sem previsão de alta médica. (Foto: Marcus Moura)
Motorista está internado na Santa Casa, ainda sem previsão de alta médica. (Foto: Marcus Moura)

Internado na Santa Casa de Campo Grande por conta de um tiro que levou nas costas, o motorista da Uber, de 38 anos, baleado durante um assalto na madrugada deste domingo (23), ainda se recupera dos ferimentos e o trauma, causados pelo crime.

“Pensei que iam me matar, então achei que tinha que dar um jeito de fugir”, conta a vítima. Segundo o rapaz, que preferiu não se identificar, era por volta das 1h30 da madrugada e ele estava indo atender a chamada de uma mulher na Vila Almeida, quando foi abordado por dois homens em uma motocicleta.

“Quando cheguei na rua, diminui a velocidade para encontrar o endereço como faço sempre. Eles (assaltantes) chegaram por trás, já batendo no vidro, mandado que eu abrisse a porta”, diz.

Como os motociclistas estavam armados, o motorista disse que parou o carro e um deles entrou e sentou no banco do passageiro, o ameaçando com a arma, enquanto o outro seguiu na moto.

Dentro do carro, o assaltante teria tirado o capacete e colocado próximo ao câmbio do veículo, entre os bancos do motorista e passageiro. Em seguida, pegou o celular do Uber e fez uma ligação em que disse: “já estamos com a viatura e a vítima aqui dentro”.

Depois disto, o bandido teria ordenado ao motorista que lhe entregasse a carteira. O rapaz disse que apesar do objeto estar no painel do carro, fingiu que estava no bolso, e aproveitou para soltar o próprio cinto de segurança. Mas, logo explicou ao criminoso que havia se enganado, e que o documento estava na parte da frente do carro.

“No momento que ele pegou a minha carteira para colocar no bolso, vi que era minha hora de fugir, porque ele deixou a arma no colo, então abri a porta e pulei”, relembra.

O motorista afirma que correu para dentro de um bar, que fica no final da Avenida Julio de Castilho, e se escondeu atrás de uma mureta, para que não fosse atingido por mais tiros. “Só senti minha camisa estremecer”, revela.

O rapaz é comerciante, trabalha como Uber nas horas vagas para complementar a renda. No assalto, teve a carteira, o celular e o carro, um Voyage prata, com placa NSA-1018, roubados. Os dois bandidos que praticaram o crime ainda estão foragidos.

"Morei um tempo no Rio de Janeiro e esperava coisas como estas acontecerem lá, mas não aqui em Campo Grande. Isso me deixou com medo, estou pensando seriamente em parar de trabalhar como Uber", finaliza.

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