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Capital

"Só não terá greve se o mundo acabar", desafia sindicato dos médicos

Flávio Freitas Barbosa se refere à decisão da Justiça que proibiu a paralisação da categoria, prometida para segunda-feira (26)

Lucas Junot | 24/06/2017 16:07
No começo da semana, o presidente do Sinmed convocou a imprensa para expor os argumentos da categoria (Foto: Lucas Junot)
No começo da semana, o presidente do Sinmed convocou a imprensa para expor os argumentos da categoria (Foto: Lucas Junot)

Em mensagem a um grupo de médicos, a qual o Campo Grande News teve acesso, o presidente do sindicato da categoria (Sinmed/MS), Flávio Freitas Barbosa, disse que “só não haverá greve se o mundo acabar”. Ele se refere à decisão judicial que proibiu os profissionais de paralisarem suas atividades a partir de segunda-feira (26), mas, conforme as declarações do sindicalista, nem mesmo a Justiça o intimidará.

Flávio se reuniu com o prefeito Marquinhos Trad (PSD) na manhã deste sábado (24), em reunião promovida pelo Executivo para dialogar sobre as possibilidades de reajuste salarial para as categorias de médico, enfermeiros, odontólogos e veterinários.

Depois de mais de três horas de reunião, o representante dos médicos deixou o gabinete do prefeito a passos largos e não quis falar com a imprensa. Questionado, disse apenas que “a greve está 100% garantida”, conforme antecipou o Campo Grande News esta manhã.

A decisão da judicial saiu no começo da noite desta sexta-feira (23). Uma das ilegalidades apontadas pela PGM (Procuradoria Geral do Município) para barrar a greve foi de que não foram esgotados todas as negociações entre médicos e a prefeitura. Além disso, os salários dos profissionais está em dia.

Caso a decisão não seja cumprida, ficou estipulada uma multa diária de R$ 10 mil, que terão de sair do patrimônio pessoal do presidente do Sinmed, Flávio Freitas Barbosa, ao invés dos cofres do sindicato.

Procurado novamente pelo Campo Grande News, na tarde deste sábado, o presidente do Sinmed não atendeu às ligações para comentar o assunto.

Greve - Na terça-feira (20), os médicos da prefeitura anunciaram que entrariam em greve ao não conseguirem um acordo com a administração municipal. A categoria já rejeitou duas propostas de reajustes e segue sem aumento de salário.

A segunda proposta da prefeitura foi de 6% de reajuste no plantão e 30% na gratificação por desempenho. A discussão sobre o reajuste salarial já dura quase 2 meses, sendo que os médicos solicitaram aumento de 27,5%, inicialmente.

Eles alegam que o valor pedido corresponde à correção da inflação dos últimos 3 anos. No detalhamento dessa proposta, apresentado na terça, a categoria considerou a inflação de 22,94% de 1º de maio de 2014 a 29 de fevereiro deste ano, mais a inflação prevista para 2017, que é 4,15%.

Veja a íntegra da mensagem publicada pelo presidente do sindicato:

"Caros colegas.. acabo de sair da reunião com o prefeito, sem proposta alguma, na verdade a proposta é manter o diálogo, conversar até sei lá quando! Na reunião estava Fritz pela enfermagem, Martha pelo Odontologia.. ele reafirmou que não tem, como honrar o que prometeu a eles!!! Foi a maior discussão.. estavam ainda os vereadores Eduardo Romero, Enfermeira Cida, Francisco médico veterinário!!! No final o prefeito me perguntou na frente de todos se eu iria cumprir a ordem judicial.. E eu disse, não prefeito, segunda-feira só não haverá greve, se o mundo acabar no domingo à noite!!! VAMOS À LUTA, não fomos intimidados oficialmente e quando for o jurídico irá entrar com os devidos recursos... Avisem à todos a greve está mantida 100%!!!! Não tenho medo da verdade e confio nos meus colegas e na justiça.. A HORA É AGORA... médicos valorizados por uma saúde melhor para todos."

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