“Tinha planos de celebrar centenário”, dizem netos de idosa atropelada
Conforme testemunhas, Cirlene Lelis Robalinho, esposa do procurador Gilberto Robalinho da Silva, conduzia um Fiat Uno, quando perdeu o controle, invadiu a calçada e atropelou a idosa
Aos 91 anos, Verônica Fernandes teve a vida interrompida em acidente de trânsito. A idosa, que tinha planos em celebrar os 100 anos de idade, foi atropelada e morta por um carro desgovernado que invadiu a calçada. O caso aconteceu por volta das 13h de ontem (13), na Avenida José Nogueira Vieira, esquina com a Maria do Carmo Ferro, Bairro Dalva de Oliveira, em Campo Grande.
Rodeada de filhos, parentes e amigos, Verônica está sendo velada desde às 7h30 desta quinta-feira (14) na Igreja Pentecostal Vida Nova, que fica na Rua Dalva de Oliveira, no Bairro Tiradentes. O enterro está previsto para às 15h no Cemitério Santo Amaro.
Revoltados com a situação, os netos contam que a avó era muito cuidadosa na rua e acostumada a fazer tudo sozinha. “Ela era forte, lúcida, inteligente, saudável e gostava de cozinhar. Não tinha doença nenhuma e não dependia de ninguém para fazer as coisas dela”, lamenta Ana Lúcia Ricalde, 33 anos. Emocionados, os oito filhos de Verônica, com idades entre 65 e 75, lamentam a tragédia.
Conforme testemunhas, Cirlene Lelis Robalinho, 48 anos, esposa do procurador Gilberto Robalinho da Silva, conduzia um Fiat Uno, quando perdeu o controle da direção, invadiu a calçada e atropelou a idosa, que seguia com mais duas pessoas. Verônica morreu na hora. O marido de Cirlene revoltou familiares da vítima ao ordenar a retirada do carro da mulher do local do acidente, antes mesmo da chegada da perícia técnica.
Por causa do ferimentos, o corpo está sendo velado em caixão fechado. A família consegue ver a idosa apenas por um visor facial. “Ela tinha uma lucidez fora do comum. A gente não tinha dúvida que ela iria passar dos 100 anos. A mãe dela viveu até os 102 anos. Ela se alimentava muito bem”, lamenta Arquilei José de Almeida. Muito emocionado, o neto relembra que a avó viu o progresso da cidade, tinha muitas história para conta e foi uma das fundadoras do Bairro Dalva de Oliveira.
A família reclama que no local do acidente, ninguém respondia aos questionamentos, afirma Roselaine Oliveira Ricalde, 36 anos. Ela foi uma das primeiras a chegar e encontrar o corpo da avó estendido no chão. "A gente viu a Polícia Militar e o procurador defendendo a motorista, que parecia ser uma pessoa famosa. Eles não deixavam ninguém chegar perto da condutora. Já arrumamos advogado para cuidar do caso. Queremos Justiça”, diz a mulher que não se conforma com a morte da avó.