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Capital

Acusado de matar e queimar jovem diz que “queria dar lição” e agiu bêbado

Luana Rodrigues e Julia Kaifanny | 31/08/2016 11:05
Gabriel Gustavo Barros de Souza , 21 anos, disse que não tinha intenção de matar vítima. (Foto: Fernando Antunes)
Gabriel Gustavo Barros de Souza , 21 anos, disse que não tinha intenção de matar vítima. (Foto: Fernando Antunes)
Marcos Vinícius de Oliveira, 20 anos, encontrado carbonizado e com perfurações pelo corpo. (Foto: Arquivo/ Família)
Marcos Vinícius de Oliveira, 20 anos, encontrado carbonizado e com perfurações pelo corpo. (Foto: Arquivo/ Família)

Um ano após o crime, o acusado de matar e colocar fogo no corpo de Marcos Vinícius de Oliveira, 20 anos, disse em seu julgamento na manhã desta quarta-feira (31) que só queria dar uma lição na vítima e não matá-lo. O crime ocorreu no dia 12 de agosto de 2015. Quatro adolescentes participaram da ação e também respondem por homicídio triplamente qualificado.

Em depoimento no tribunal do júri, Gabriel Gustavo Barros de Souza , 21 anos, disse que agiu com crueldade porque estava bêbado, já que ele e os quatro amigos estavam em uma festa antes do crime, quando planejaram “capturar” a vítima.

O rapaz confessou que tinha uma rixa antiga com Marcos, que os teria ameaçado de morte em uma briga, dias antes do crime. Segundo Gabriel, com medo, ele os adolescentes planejaram “dar uma lição” no garoto.

“Me arrependo,porque mesmo tendo as desavenças com ele não deveria ter matado, mas fiquei com medo, e agi pelo momento, mas não obriguei ninguém a fazer nada lá, nem planejei queimar o corpo”, disse.

Gabriel responde por homicídio triplamente qualificado por motivo fútil, empregando meio cruel, corrupção de menores e ocultação de cadáver. Com a soma das penas ele pode ficar preso por até 37 anos.

O caso está sendo julgado pelo juiz da 2ª Vara do Tribunal do Júri Aloísio Pereira dos Santos e outros sete jurados. Também participam do júri o promotor Gerson Eduardo de Araújo e o defensor público Rodrigo Antonio Stochiero.

Esfaqueado e queimado - O corpo de Marcos Vinícius foi encontrado na entrada da Embrapa, saída para Terenos, em Campo Grande, no começo da tarde da última do dia 12. A mãe de Marcos Vinícius registrou boletim de ocorrência na sobre o desaparecimento do filho um dia antes, na 7º Delegacia de Polícia Civil. A partir daí, uma equipe do SIG (Serviço de Investigações Gerais) da Polícia Civil começou a trabalhar para chegar ao paradeiro dos autores.

Os policiais descobriram que uma menina atraiu a vítima até local, onde outros adolescentes e um jovem os aguardavam para praticar o crime. No local do crime então, um dos meninos deu uma “gravata” na vítima e o outro a esfaqueou. Logo depois, os três arrastaram o corpo até um matagal e atearam fogo.

No entanto, na época, a mãe da vítima Orizete de Oliveira, 42 anos, disse que não havia rixa entre o filho dela e os adolescentes, o problema, segundo a mãe, é que os suspeitos "desrespeitavam a Deus e queriam fumar maconha com folhas da bíblia, o meu filho não aceitava isso e sempre brigava com eles", contou.

A mãe conta ainda que não acredita que o motivo da morte seja o que os adolescentes relataram, pois os suspeitos costumavam frequentar a casa dela, mas eram de um estilo diferente do filho. "Eles estavam direto aqui, iam em festas com meu filho, por isso conseguiram atrair ele", disse.
A família chegou a cogitar a possibilidade de os acusados terem atraído Marcos para um ritual satânico, já que costumavam falar nesses assuntos frequentemente, mas a polícia não confirmou a informação e os acusados negaram.

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