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Capital

Agência em que mãe acampou para ter dinheiro de volta é interditada pelo Procon

Empresa não possuía alvará de funcionamento nem autorização do Banco Central

Gabrielle Tavares e Ana Beatriz Rodrigues | 18/11/2022 17:39
Fiscais do Procon fechando agência bancária. (Foto: Kísie Ainoã)
Fiscais do Procon fechando agência bancária. (Foto: Kísie Ainoã)

Agência bancária da Agibank, em Campo Grande, foi interditada na tarde desta sexta-feira (18) por falta de alvará de funcionamento. Na manhã de hoje, a dona de casa Márcia Chaparro, de 51 anos, resolveu "acampar" no local até que ela tivesse o problema resolvido.

Ela fez empréstimo de R$ 15 mil com a agência para ser pago em parcelas de R$ 416 do Loas, benefício assistencial pago pelo INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) por causa do filho autista, mas teve todo dinheiro de benefício descontado e não o recebe há três meses.

Equipes do Procon-MS (Superintendência para Orientação e Defesa do Consumidor) e da Decon (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Contra as Relações de Consumo) estiveram no local após reportagem sobre o caso ser publicada no Campo Grande News.

O fiscal do Procon, Leonardo Rezende, explicou que eles não tinham qualquer alvará de funcionamento, nem autorização do Banco Central do Brasil para realizar empréstimos. A empresa ficará interditada até que se regularizem.

Rezende afirmou ainda que Márcia teve o caso solucionado ainda esta manhã, antes das equipes compareceram até a agência.

Em nota, a Agibank informou que está verificando a situação com a central de atendimento para conseguir uma solução o quanto antes.


O caso - Márcia tomou a atitude drástica porque diz não aguentar mais o descaso da agência Agibank, localizada na Avenida Bandeirantes. O filho dela, de 27 anos, é autista, surdo e tem dificuldade para se locomover pela falta de três vértebras.

Após contratar o empréstimo, Márcia teve uma surpresa no primeiro mês de contrato ao consultar o pagamento do Loas, de R$ 1.212,00. Ela percebeu que o valor foi descontado integralmente, invés dos R$ 416 acordados inicialmente. Ao contatar a agência, não teve respostas e até hoje não recebe mais o benefício. "Ligo no INSS e eles falam que o valor foi pago", comenta.

Entre idas e vindas à agência de empréstimo, sem resolver o problema, Márcia cansou. Foi até o local, onde chegou por volta das 8 horas desta sexta-feira, acompanhada do filho. "Não tenho com quem deixar e como faltam três vértebras da coluna, ele não consegue ficar muito tempo sentado, então deitei ele aqui no cobertor e travesseiro que eu trouxe", conta.

A mulher afirma que não tem como trabalhar porque cuida do filho e, por esse motivo, precisa do Loas. "Meu filho usa fralda, não é tudo que ele come, o dinheiro que ele recebia não dava para as despesas. Tem três meses que estou me virando porque não posso trabalhar, tenho que cuidar dele, quero que alguém resolva esse problema", explica. "Na hora que eles querem fazer empréstimo, vão até na nossa casa, mas depois não dão assistência e ainda é um descaso das atendentes, uma falta de educação", completa.

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