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Capital

Ainda em situação crítica, superlotação do HU tem prejudicado alunos da UFMS

HU afirma que tem mais pacientes que a oferta de leitos, enquanto Sesau diz que tem feito remanejamento

Guilherme Correia | 07/09/2021 13:39
Entrada do Hospital Universitário, em Campo Grande, que funciona como método de ensino a alunos de cursos da saúde da UFMS. (Foto: Kísie Ainoã/Arquivo)
Entrada do Hospital Universitário, em Campo Grande, que funciona como método de ensino a alunos de cursos da saúde da UFMS. (Foto: Kísie Ainoã/Arquivo)

Segundo a UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), a superlotação do Humap (Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian), vinculado à instituição federal, tem prejudicado, além do atendimento à população, a formação de alunos de cursos da área da saúde.

Administrado pela Ebserh (Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares), o HU é um hospital-escola que forma estudantes e atua, segundo a universidade, enquanto “coadjuvante na assistência à saúde da população sul-mato-grossense”.

Segundo o superintendente do HU, Cláudio César da Silva, o hospital tem feito medidas a curto prazo, como otimização de fluxo de pacientes e de equipes, além da estrutura em si. Ele também ressalta que a situação de superlotação do pronto atendimento compromete outras funções do Hospital, tais como cirurgias eletivas.

Segundo informações da UFMS, neste semestre, o Humap tem, além do corpo clínico próprio, 199 médicos residentes e 513 estudantes de graduação.

Da Silva comenta que o hospital-escola tem a função essencial do ensino, ainda que atue na assistência à saúde, mas que a própria dificuldade na regulação prejudica os aspectos educacionais e toda a gestão pública de saúde. “É urgente que os demais hospitais de Campo Grande reorganizem os prontos atendimentos para que o Humap possa realizar todos os atendimentos contratados e colaborar na realização das cirurgias eletivas que estão no aguardo e que foram suspensas no período de atendimento da covid-19”.

Superlotação - A unidade alega que tem atendido pacientes em quantidade superior à estabelecida em contrato com o município de Campo Grande, por conta de erros na regulação feita pela Sesau (Secretaria Municipal de Saúde Pública), que ainda encaminha pessoas para lá, mesmo sem condições adequadas.

Por conta da pandemia da covid-19, a unidade foi reestruturada e passou a atender algumas vítimas do coronavírus. Com a recente queda nos casos, muito por conta do avanço na imunização, o hospital voltou a prestar assistência às pessoas, por meio do pronto-socorro e das cirurgias eletivas.

O SUS (Sistema Único de Saúde), que tem caráter tripartite, ou seja, é gerido pelos três níveis de governo, estabelece que a regulação de pacientes tem de ser feita pelo município.

Em 27 de agosto, houve reunião da direção do Humap com a Sesau, mediada pelo MPF (Ministério Público Federal), para reorganizar o fluxo de pacientes.

De acordo com publicação feita pela assessora do hospital e divulgada pela UFMS, no entanto, a Central de Regulação da Capital continua com as mesmas estratégias equivocadas de regulação, “sem se responsabilizar pelos custos do atendimento dos pacientes que ultrapassam os limites do contrato”.

Veja dados da última sexta-feira (3), de quantos pacientes eram atendidos em cada setor do HU, em comparação com o total de leitos oficializados:

SetorPacientes em atendimentoLeitos oficializados
Área vermelha126
Área amarela44
Área verde393
Unidade de AVC44
Triagem respiratória41

O que diz a Sesau - No começo de agosto, o HU fechou por conta da superlotação, já que havia quase o dobro da capacidade de leitos, e voltou a abrir dias depois. No final do mês passado, a situação foi ainda mais grave, novo fechamento aconteceu por haver 1.000% de ocupação. Ou seja, havia dez pacientes para uma vaga oficializada.

No dia seguinte, a unidade foi aberta novamente e a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde Pública) passou a transferir pacientes a outros estabelecimentos, tais como o Hospital Regional ou o Hospital do Pênfigo.

A assessoria do hospital justifica que o cenário tem sido causado por regulação municipal de pacientes acima da capacidade. Sobre a situação, a Sesau disse que está em contato com outros hospitais do município para ampliar a oferta de leitos e desafogar o Hospital Universitário.

"Neste momento, estão sendo encaminhados ao HU somente os pacientes que necessitam de atendimento em que o hospital é referência ou aqueles que são considerados 'vaga zero', ou seja, necessitam urgentemente de atendimento hospitalar uma vez que a vida dele está em risco iminente", disse nota divulgada pela pasta há uma semana.

A reportagem buscou contato novamente nesta terça-feira (7), mas não obteve retorno até o momento de publicação desta matéria.

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