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Capital

Além de sofrer bloqueios de contas e bens, alvos não podem vender gado

Paulo Yafusso | 16/05/2016 17:12
Jatinho "Cheia de Charme", é um dos que foram colocados em indisponibilidade pela Justiça Federal (Foto: Arquivo)
Jatinho "Cheia de Charme", é um dos que foram colocados em indisponibilidade pela Justiça Federal (Foto: Arquivo)

Dependendo da duração da Operação Lama Asfáltica, os investigados correm o risco de se descapitalizarem, já que além do bloqueio em suas contas bancárias no montante de R$ 43,16 milhões, a Justiça Federal decretou o sequestro de bens imóveis e móveis e impôs também outros tipos de restrição que terá impacto financeiro.

Em seu despacho ao pedido de bloqueio feito pela Polícia Federal, a juíza Monique Marchioli Leite atendeu a solicitação e determinou que seja oficiado o Cartório de Registro de Imóveis sobre o sequestro dos bens dos investigados. Eles também estão impedidos de fazerem a transferência de veículos registrados em seus nomes, pois a magistrada mandou que sejam incluídos no Renajud (Sistema de Restrições Judiciais de Veículos Automotores).

A decisão faz parte dos procedimentos relativos à segunda fase da Lama Asfáltica, deflagrada no último dia 10, com o nome de Operação Fazendas de Lama. E como boa parte dos investigados lavavam o dinheiro obtido ilegalmente na compra de imóveis, especialmente fazendas, foi determinado também que a Iagro (Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal de Mato Grosso do Sul) “bloqueie a expedição de Guias de Trânsito Animal – GTA, para os animais registrados nos CPF/CNJ das pessoas que tiveram os bens sequestrados”.

Na prática eles ficam impossibilitados de comercializarem gado de suas propriedades, pois sem a GTA os animais não podem deixar as fazendas, já que esse documento é que permite o transporte dos animais. Durante entrevista coletiva à imprensa sobre a Fazendas de Lama, os representantes da PF (Polícia Federal), CGU (Controladoria-Geral da União) e Receita Federal disseram que foram localizados mais de 67 mil hectares de fazendas em nome dos investigados.

Os bloqueios determinados pela juíza atingem 24 pessoas físicas e jurídicas. São elas: João Alberto Krampe Amorim dos Santos, Elza Cristina Araújo dos Santos, Ana Paula Amorim Dolzan; Ana Lúcia Amorim, Renata Amorim Agnoletto, Tereza Cristina Pedrossian Cortada Amorim, Idalina Patrimonial Ltda, Agropecuária Idalina Participações Ltda; Bosforo Participações Ltda., Raiz Participações Ltda., Agropecuária Baia Participações Ltda., Proteco Construções Ltda., Kamerof Participações Ltda., Ase Participações e Investimentos Ltda., Edson Giroto, Flávio Henrique Garcia Scricchio, Rachel de Jesus Portela Giroto, Wilson Roberto Mariano de Oliveira, Mariano Mariane de Oliveira, André Luiz Cance, Ana Cristina Pereira da Silva, Evaldo Furrer Matos, Maria Wilma Casanova e Hélio Yudi Komyiama.

A justiça determinou também a indisponibilidade de duas aeronaves. Uma Piper Aircraft modelo PA-31T1, prefixo PP-CMV, registrado em nome da Ase Participações e Investimentos Ltda, e um jatinho Embraer EMB500, prefixo PPJJB, pertencente a Itel Informática e que era muito usado por políticos como o ex-governador André Puccinelli e o ex-deputado federal e ex-secretário estadual de Obras, Edson Giroto. Xodó dos políticos, essa aeronave ficou conhecida como “Cheia de Charme”.

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