Alguns querem adiar, mas vacinação de crianças movimenta pais na Capital
Imunizantes da Coronavac foram permitidos a crianças de três a quatro anos, a partir desta terça-feira
Nesta manhã (19), a dona de casa Josefa Maria da Silva, de 47 anos, levou a filha, de três anos, ao posto de saúde no Jardim Itamaracá, para que a pequena Ana Clara fosse consultada; ela tem anemia. A mãe, no entanto, afirma que ainda não vai levar a menina para se vacinar contra a covid-19.
"Fiquei sabendo que está podendo vacinar com Coronavac hoje e a Ana já pode vacinar, mas eu vou vir outro dia. Prefiro deixar passar um tempo, para ver como vai ser a reação da vacina nas outras crianças.”
A decisão de Josefa difere de outros pais ou responsáveis que levaram o público infantil para se vacinar nesta terça-feira. Vale ressaltar que as doses desta patente foram aprovadas pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), por cumprirem critérios de segurança e eficácia, e têm uso recomendado pelo Ministério da Saúde.
Adriana Francisca de Souza trouxe as duas filhas para atualizarem o cartão do SUS (Sistema Único de Saúde) e a Rafaela, de cinco anos, estava apta e recebeu o imunizante. Mesmo com pouca idade, ela entende a importância deste processo: “É legal, porque assim não vou pegar a doença.”
A partir de hoje, crianças de três a quatro anos foram incluídas no esquema vacinal contra o coronavírus. As doses avalizadas pelos entes federal, estadual e municipal, em geral, reduzem a chance de casos graves da virose.
A mãe afirma que confia na vacina, já que conhece pessoas que tiveram covid-19, mas não desenvolveram sintomas letais, por estarem vacinados. “Minha irmã já pegou, mas não teve sintoma grave, porque já tinha tomado a vacina. Agora, com a Rafaela vacinando, toda família estará vacinada.”
Beatriz, de três anos, é filha do motorista de aplicativo Elmo Luiz Medeiros, de 33 anos, e está dentro do público liberado hoje. Segundo o pai, ela vai tomar a vacina da Coronavac e a segunda dose ficou marcada para 16 de agosto.
Agora a família toda está vacinada, só faltava ela. A expectativa era enorme”, diz o pai.
Vacinação anual - O secretário municipal de Saúde, José Mauro Filho, ressalta que é importante os pais levarem os filhos para vacinar contra a covid-19. Ele diz que o Ministério da Saúde estuda colocar esta dose no PNI (Plano Nacional de Imunizações), para que a população se habitue a recebê-la anualmente, como qualquer outra.
Não podemos ter uma geração de pais vacinados e filhos não vacinados. Já foram aplicadas quase duas milhões de doses em Campo Grande, desde o começo da campanha, e a população está protegida", diz Mauro Filho.
O titular da Saúde esteve na USF (Unidade de Saúde da Família) do Jardim Itamaracá, para acompanhar o início da vacinação neste grupo. A Carreta do Hospital de Amor está na região para oferecer diversos exames à população.
No entanto, ele explica que o coronavírus sofreu dezenas de mudanças e que, por isso, é importante manter cuidados básicos de prevenção, além de buscar sempre as doses disponíveis por faixa etária.
Segundo ele, a letalidade do vírus está próxima a 0,5% - ou seja, uma morte ocorre a cada 200 casos da doença. “As pessoas que estão morrendo são mais quem não tomou vacina, idosos e quem têm comorbidade.”
Vacinação - Começou nesta terça-feira, em Campo Grande, a vacinação contra covid-19 em crianças de três e quatros anos. A imunização teve início ontem nos municípios de Corumbá, Dourados e Três Lagoas. Até então, indivíduos acima dos cinco anos já podiam receber a dose.
De acordo com a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), 48 unidades de saúde espalhadas pelas sete regiões urbanas da cidade, entre 7h30 e 16h45.
Pais e responsáveis devem ficar atentos à distribuição de senhas e precisam cadastrar a criança na página de vacinação antes de irem aos postos.
A Anvisa autorizou na semana passada o uso emergencial da Coronavac em crianças de três a quatro anos. O imunizante está liberado para crianças de seis a adolescentes de 17 anos, desde janeiro deste ano.
A vacinação segue normal em Campo Grande em crianças a partir dos cinco anos, adolescentes e adultos, de acordo com a dose necessária para tomar.
Desde o início de 2021, a Capital soma mais de 1,9 milhão de doses aplicadas. Destas, 726.949 são a primeira dose (80,2% da população) e 692.268 a segunda dose (76,4% da população).