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Capital

Alunos da UFMS pedem saída de reitora e intervenção de ministério

Bruno Chaves e Evelyn Souza | 17/07/2013 18:40
Manifestantes levaram mensagens de repúdio ao protesto (Foto: Cleber Gellio)
Manifestantes levaram mensagens de repúdio ao protesto (Foto: Cleber Gellio)

Cerca de 40 pessoas da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), entre alunos e servidores, se reuniram nesta quarta-feira (17), na concha acústica da instituição, para protestarem contra a reitora Celia Maria Oliveira. Eles pedem a saída da dirigente e a intervenção do MEC (Ministério da Educação) nas irregularidades da instituição

O representante da CUT (Central Única dos Trabalhadores), José Abelha Neto, foi ao local para prestar orientações aos presentes. “Sou contra as contratações administrativas feitas pela reitora. Ela está nomeando pessoas que não têm condições de exercerem seus cargos”, justifica.

Questionado sobre essas condições, Abelha exemplifica dizendo que existem pessoas nomeadas que estão respondendo processos na Justiça.

Já Carlos Simões, que é técnico em equipamento de precisão do Centro de Ciências Biológicas da UFMS, disse que participou do ato porque “as primeiras denúncias que resultaram na Operação Sangue Frio foram feitas por esse mesmo grupo no dia 7 de fevereiro deste ano”.

“Na época, eram denúncias de irregularidades das obras da UFMS e do Hospital Universitário. Essas denúncias foram para o Ministério Público, que acabou constando irregularidades maiores no Hospital do Câncer e no tratamento de oncologia e radioterapia da cidade”, lembrou.

De acordo com os manifestantes, a reitora sabia de todas as ações de Adalberto Siufi, que é professor aposentado da universidade. “Ele deve responder processo administrativo na UFMS porque as denúncias foram feitas na época em que ele era servidor da instituição. Então ele pode perder aposentadoria”, afirma Carlos.

Por causa dessas irregularidades, os presentes no protesto querem a intervenção do MEC na UFMS. Por meio de um abaixo assinado, eles pedem que integrantes do ministério venham a Campo Grande para analisarem as denúncias de irregularidades.

“Se o MEC não comprovar nada, que ela [reitora] continue. Mas se eles constatarem, que ela e o Siufi saiam da UFMS”, avalia.

Irregularidades – Entre as irregularidades citadas pelos integrantes, está o processo de contratação emergencial de uma empresa de manutenção de ar condicionado. Segundo os manifestantes, no dia 7 de fevereiro deste ano a universidade firmou contrato no valor de R$ 1,4 milhão com a empresa.

“Manutenção de ar condicionado não justifica o pedido de emergência. Isso é um absurdo, contrato sem licitação. Esse contrato corresponde de 02/07/2012 a 28/12/2012”, conta Simões.

Ainda de acordo com o rapaz, em outro contrato, a universidade solicitou, novamente, pregão para manutenção de aparelho de ar condicionado. “Era um contrato de R$ 6 milhões pelo serviço. Onze empresas tentaram licitação e a que ganhou foi a mais cara e, coincidentemente, a que já tinha prestado serviço anteriormente”, afirma.

Protesto – Os integrantes do protesto compareceram à concha acústica da universidade munidos de tablados de madeira com mensagens de “Fora Celia”, “Democracia”, “Privatizar não é solucionar” e “A gente não quer só comida”.

“Temos que nos unir e começar a observar mais os problemas da universidade”, avaliou o acadêmico de economia Renan Araujo, de 20 anos.

Cantando “até o Papa renunciou, Celia, chegou a sua vez de renunciar”, os manifestantes encerraram o ato e marcaram uma nova manifestação para a próxima segunda-feira (22), ás 17h no mesmo local.

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