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Capital

Antes do prazo, delator devolve R$ 80 mil em propina aos cofres públicos

Montante é o que Tiago Basso confessou ter recebido para fazer parte de esquema de corrupção

Por Anahi Zurutuza | 17/10/2024 14:41
Tiago Basso, quando foi preso na segunda fase da Tromper e chegava ao Presídio de Trânsito de Campo Grande (Foto: Alex Machado/Arquivo)
Tiago Basso, quando foi preso na segunda fase da Tromper e chegava ao Presídio de Trânsito de Campo Grande (Foto: Alex Machado/Arquivo)

Antes do fim do prazo para efetuar o pagamento de guia judicial no valor de R$ 80 mil, o delator da Operação Tromper, Tiago Basso da Silva, desembolsou o dinheiro. Ele tinha até o dia 31 deste mês para quitar o débito, que se deixado para trás poderia invalidar o acordo de colaboração premiada firmado em outubro do ano passado, mas o depósito foi feito na quarta-feira, dia 16.

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Tiago Basso, delator da Operação Tromper, pagou R$ 80 mil antes do prazo final para garantir a validade de seu acordo de colaboração premiada, no qual admite ter recebido propina em um esquema de corrupção na Prefeitura de Sidrolândia. Sua delação contribuiu para as provas contra o vereador Claudinho Serra, que liderava o esquema. Após sua colaboração com o Ministério Público, Basso foi liberado da prisão em outubro de 2023 e não foi denunciado na última ação do MP, que envolveu 22 pessoas em fraudes de licitação. A operação, que teve duas fases, revelou uma organização criminosa atuando de forma predatória e ilegal.

O montante é o que Basso admitiu ter recebido a título de propina por fazer parte do esquema de corrupção instalado na Prefeitura de Sidrolândia e se compromete a devolver o valor aos cofres públicos em um ano, conforme consta numa das cláusulas do acordo.

A delação de Tiago Basso engrossou o conjunto de provas juntadas pelo Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção) e pela 3ª Promotoria de Justiça de Sidrolândia para chegar ao acusado de liderar o esquema, o vereador Cláudio Jordão de Almeida Serra Filho, o Claudinho Serra (PSDB).

No ano passado, logo após assinar a colaboração com o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul, Basso deixou a prisão, três meses após ser preso na segunda fase da Tromper. Ele confessou fazer parte de organização criminosa e cometer corrupção passiva (receber propina). Em troca, Basso, que estava preso há meses, deixou a cadeia no dia 31 de outubro de 2023.

Classificado como “importante peça desse grupo criminoso para o sucesso na execução dos ilícitos”, Basso também foi poupado da última denúncia oferecida pelo Ministério Público, contra Claudinho Serra e outras 21 pessoas.

Aliás, quando a maior parte das ações derivadas da Tromper ainda tramitava em sigilo, foi em nota de rodapé trazida em peça do MP que houve a confirmação de que o ex-servidor havia virado delator. “Deixa-se, por ora, de denunciar Tiago Basso da Silva pelos fatos descritos na inicial acusatória, por ter pactuado colaboração premiada com o Ministério Público, já homologada judicialmente no âmbito do Egrégio Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul”, diz o parágrafo em letras miúdas.

A Operação Tromper teve duas fases, em 2023, antes de levar Claudinho Serra para a cadeia. O vereador foi preso no dia 3 de abril e só ganhou a liberdade supervisionada na noite do dia 26 do mesmo mês.

Após investigação do Gecoc e a coleta de provas na terceira fase, o MP denunciou 22 pessoas por envolvimento nas fraudes em licitações para o fechamento de contratos em Sidrolândia. A acusação alega que organização criminosa tinha “atuação predatória e ilegal”, agindo com “gana e voracidade”.

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