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Capital

Apesar de frio e chuva, Marcha da Maconha reúne centenas na Capital

Luciana Brazil e Lidiane Kober | 24/05/2014 16:59
Marcha da Maconha reúne centenas no centro de Campo Grande. (Foto:Marcelo Victor)
Marcha da Maconha reúne centenas no centro de Campo Grande. (Foto:Marcelo Victor)

Nem a chuva, nem o frio afastaram os manifestantes que participam da Marcha da Maconha na tarde deste sábado (24), em Campo Grande. Centenas de pessoas se concentram na Praça do Rádio Clube antes de percorrer as ruas da cidade. A organização acredita que mais de 500 adeptos ou simpatizantes da causa estejam participando da passeata.

Os manifestantes vão sair da Praça do Rádio Clube e seguir pela Rua 14 de Julho, caminhando até a Rua Dom Aquino. Depois de passar pela Calógeras, eles vão retornar pela Afonso Pena chegando até a praça novamente. Policiais da Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito) acompanham a marcha. Uma viatura da PM (Polícia Militar) está na concentração, mas o clima é de tranquilidade.

Uma das responsáveis pelo manisfesto, a estudante Anna Brites, 20 anos, diz que o debate precisa ser feito, já que políticas públicas de combate as drogas fracassaram no país. “Esse é um movimento nacional. As políticas fracassaram. Pessoas morrem todos os dias por causa do tráfico. Esse debate tem que acontecer e atitudes precisam ser tomadas”, ressalta a estudante.

O pleito é liberar e regulamentar o consumo da maconha, segundo os manifestantes. “Assim como o álcool teve o uso regulamentado, precisamos desmistificar o tabu dos malefícios do uso da maconha. Tem benefícios também”, aponta Anna.

A estudante defende os tratamentos medicinais muito comuns nos Estados Unidos. “É preciso estudar esses benefícios, já que ela é usada para tratamentos medicinais. A sociedade não pode ficar presa a tabus, tem que debater o tema”.

Usuário assumido, o motorista Alexandre Machado de Assis, 32 anos, lamenta ter que comprar a maconha na periferia, de forma ilegal, “como bandido”. “Não sou bandido e preciso comprar na periferia. Não faço mal para ninguém”.

Alexandre consome a substância desde os 19 anos, mas diz que usa apenas em casa. “Sou muito agitado e a maconha me deixa mais tranquilo”, afirmou. Para ele, a legalização ainda reduziria o perigo gerado pelo tráfico e que atinge os usuários.

Entre os manifestantes, alguns usam a maconha como entretenimento, entre amigos. “Uso a maconha como entretenimento. Ao invés de tomar cerveja, fumo maconha. Me relaxa”, disse o ouríves Ailton Planta, 42 anos.

A ideia, conforme ele, é poder decidir o que irá consumir. “Minha ação perante a sociedade o estado pode interceder. Agora a ação sobre meu corpo é meu direito de decidir. Eu quero essa liberdade”.

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