Apesar de paralisação nacional, peritos do INSS atendem normalmente
Movimento vai na contramão de parte da categoria, que firmou acordo com o governo, para reajuste salarial
Ontem, a ANMP (Associação Nacional dos Médicos Peritos), anunciou que a categoria iniciou uma greve nacional. Apesar do comunicado, os peritos do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) em Campo Grande atendem normalmente nesta terça-feira (20).
A decisão, segundo a Associação, foi motivada pelo rompimento do acordo de greve firmado com o governo federal em 2022, principalmente no que se refere às recentes mudanças impostas no PDG (Programa de Gestão e Desempenho). O movimento vai na contramão de parte da categoria, que firmou acordo com o governo federal na última semana, para reajuste e reestruturação de carreiras.
Na agência da Rua 26 de Agosto, o pedreiro Willian da Silva, de 39 anos, que trata doença hepática, havia acabado de ser atendido, por volta das 7h30. Ele passou pela perícia às 7h e disse que o atendimento foi rápido. “Lá dentro está bem tranquilo. Ainda bem que não teve greve, porque teria sido viagem perdida”, contou enquanto aguardava o ônibus de volta para Rochedo, distante 83 quilômetros da Capital, onde mora.
Na agência do Horto Florestal, na Rua Anhanduí, a estudante Kemily Arruda também tinha acabado de ser atendida e não sabia do anúncio da greve nacional. Ela disse que havia cerca de dez pessoas aguardando atendimento dentro da agência. “O atendimento está normal, me chamaram no horário previsto, fui bem atendida. Não tenho do que reclamar. Aqui está normal, acho que não vão aderir a greve”, contou. No INSS da Coronel Antonino, o atendimento também ocorre normalmente.
Reivindicação - Segundo a associação, entre as principais mudanças propostas está a elevação de 50% na carga de trabalho diária, acompanhada do aumento das metas e da extinção da pontuação aplicada aos faltosos. Além disso, as regras de disponibilidade foram removidas. Os servidores ressaltam que todas essas alterações violam o termo de acordo firmado em 2022. Segundo a diretoria da ANMP, as mudanças feitas pela União são "insustentáveis e foram implementadas sem qualquer diálogo com a categoria".
Na contramão - Na última quinta-feira (dia 15), representantes sindicais dos médicos peritos federais assinaram um novo acordo com o governo. Pelo documento, a reestruturação remuneratória se dará em duas etapas, sendo a primeira em janeiro de 2025 e a segunda em abril de 2026. A ampliação da tabela remuneratória passará de 15 para 20 padrões, com acréscimo de dois novos padrões no final da classe especial e três novos na inicial da classe A.
Ainda segundo o acordo, houve reposicionamento do servidor em dois padrões acima do atualmente ocupado. O MGI (Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos) também se comprometeu em editar um ato regulamentando a progressão e a promoção na carreira, uniformizando o prazo para 12 meses.
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