Após denúncia, coordenador nega fraude em curso de bombeiro na Capital
Acusação é de descumprimento do contrato e falta de aulas presenciais; alunos temem não receber certificado
Após denúncia de fraude feita por um dos alunos do curso de formação de bombeiros civis e publicada pelo Campo Grande News nesta quarta-feira (3), o coordenador da Escola Técnica Jovem Profissional, Sérgio Omar, negou a acusação e a classificou como “infundada”.
Ele alega que o encontro marcado para esta quarta (4), quinta (5) e sexta-feira (6), publicado no grupo de alunos, tinha o intuito de esclarecer a situação jurídica do processo de credenciamento e tornar o trâmite transparente para os alunos. Portanto, segundo ele, não tinha objetivo de descumprir as normas, já que a empresa só conseguiu nesta quarta-feira autorização do CBMMS (Corpo de Bombeiros de Mato Grosso do Sul) para ministrar aulas presenciais.
“A denúncia da aluna não condiz, a pessoa falou que foi orientado a ir sem uniforme. Está bem claro no documento que temos chamado de FAT (Formulário de Atendimento Técnico). O cabeçalho fala por si só, ‘reunião aos consumidores para esclarecimentos’. Era uma reunião para esclarecer a situação para eles e o professor Felipe colocou que não era pra levar material ou ir de uniforme porque era só uma reunião”.
A escola já foi denunciada outras vezes ao Campo Grande News e uma turma chegou a ser fechada em maio deste ano. Por não ter autorização, as aulas estão sendo feitas na modalidade EAD. Já as reuniões são feitas em salas de eventos de hotéis da Capital.
Sobre o processo que se estende há mais de 90 dias, Sérgio pontua estar surpreso com a demora para conseguir autorização no estado sul-mato-grossense.
“Existe essa situação porque a gente não tinha conhecimento dessa demora. Geralmente a gente credencia e, no máximo, em uma semana consegue. Pegou de surpresa, fugiu do parâmetro. Esse foi o maior agravante. A gente começar o processo e não achar que iria demorar. Normalmente, antes do pessoal ter a primeira aula já está tudo certo”.
Ele admite que foram notificados no início por não terem o credenciamento ativo junto ao CBMMS, mas que desde então estão aguardando a Justiça.
“Na notificação foram suspensas as aulas presenciais, mas de lá para frente providenciamos toda documentação, seguindo as orientações do Corpo de Bombeiros. Todas as exigências seguimos. Esse processo de aulas EAD é legal. O que não pode são presenciais. Estamos aguardando os trâmites do Estado. A gente sabe da preocupação deles [alunos], existe um grupo na qual o professor está presente e administra as aulas. Eles têm o meu contato. Em momento algum eles ficaram desassistidos”
Filipe Nunes, instrutor do curso, ressalta que as aulas são virtuais, mas não gravadas, são feitas de maneira ao vivo. Os alunos farão isso até a liberação das aulas presenciais.
Atualmente, além de Mato Grosso do Sul, a escola atua em mais seis estados, sendo Rio Grande do Sul (sede), Santa Catarina, Paraná, Goiás e Minas Gerais. Em Campo Grande são três turmas com aproximadamente 90 alunos. O curso tem duração de seis meses, em média.
Entenda - Em maio, uma equipe de fiscalização do Corpo de Bombeiros de Mato Grosso do Sul esteve na Facsul e fechou o curso de bombeiro civil que estava sendo realizado no local, com 150 alunos matriculados.
Na época, a faculdade disse que apenas alugava uma das salas para a empresa responsável pelas aulas. Mesmo sem o credenciamento oficial, no mês seguinte, outra turma iniciava as aulas. Após o primeiro pagamento, eles são adicionados em um grupo de mensagens.
A denunciante, de 44 anos, que preferiu não ser identificada, alega que a empresa não cumpre com as promessas feitas no ato da contratação e que os alunos desconfiam que não receberão os certificados já que estão sem o credenciamento do CBMMS .
Ela relatou que nos primeiros dias de curso a equipe chegou desmentindo as reportagens e garantiram a certificação do que estavam ministrando.
“Eles disseram que o certificado do Corpo de Bombeiros ia sair antes da gente terminar o curso, que passaríamos pelo campo e treinamento prático antes de receber o diploma”, relata.
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