ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram
DEZEMBRO, QUINTA  26    CAMPO GRANDE 25º

Capital

Após matar idosa no trânsito, motorista sem habilitação passou noite na cadeia

Ana Paula da Silva Giacomeli deve passar por audiência de custódia na manhã desta sexta-feira (24)

Por Bruna Marques | 24/11/2023 06:53
Corpo de Renilda Aparecida coberto por pano branco no local onde acidente ocorreu; peritos na cena do crime (Foto: Juliano Almeida)
Corpo de Renilda Aparecida coberto por pano branco no local onde acidente ocorreu; peritos na cena do crime (Foto: Juliano Almeida)

Ana Paula da Silva Giacomeli, 31 anos, passou a noite na cadeia. Ela é a motorista não habilitada que atropelou e matou a idosa Renilda Aparecida Paim da Silva, 62, na tarde desta quinta-feira (23), na Rua Santo Augusto, no Jardim Vida Nova. A audiência de custódia de Ana Paula acontece na manhã desta sexta-feira (24).

Ana Paula foi presa em flagrante pelo crime de homicídio culposo, quando não há intenção de matar. O marido dela também foi indiciado e responderá pelo crime de permitir, confiar ou entregar a direção de veículo automotor a pessoa não habilitada, previsto no CTB (Código de Trânsito Brasileiro), já que o veículo está em seu nome.

Durante depoimento na delegacia, Ana Paula relatou que não viu a motocicleta Honda Biz, conduzida por Renilda. Segundo ela, a vítima estava em um ponto cego do carro.

Após o acidente, Ana Paula contou que desceu do veículo HRV para prestar socorro à vítima, pediu ajuda para as pessoas que moram na região e acionou o Corpo de Bombeiros e a Polícia Militar.

De acordo com Ana Paula, depois da colisão, Renilda ainda estava consciente, conversando e de lesão aparente tinha apenas fratura no braço. A condutora afirma que ficou ao lado da vítima o tempo todo, segurando um guarda-sol para proteger a idosa.

Ana Paula informou que conhecia a vítima. Assim que o acidente aconteceu, ela mesma avisou seus familiares sobre os fatos. Ela relatou ainda que o socorro demorou para chegar e Renilda desmaiou meia hora após o acidente.

Familiares da vítima no local do acidente (Foto: Juliano Almeida)
Familiares da vítima no local do acidente (Foto: Juliano Almeida)

Quando a equipe do Corpo de Bombeiros chegou no local, Renilda já havia falecido. Ana Paula afirmou que não queria causar nenhum acidente e nem tirar a vida de ninguém.

O marido de Ana Paula, 38 anos, também foi interrogado e durante depoimento disse que sempre leva a esposa para os compromissos, mas que, na quinta-feira, estava trabalhando e ela pegou o carro sem seu consentimento para ir ao salão de beleza, no Bairro Nova Lima, região onde eles moram.

O caso - Renilda seguia pela Rua Santo Augusto sentido Bairro Tarsila do Amaral, quando ao passar pelo cruzamento com a Rua Rosa Maria foi atingida pelo carro que seguia sentido Nova Lima. A preferencial era da vítima que acabou caindo ao solo e bateu a cabeça no meio-fio.

O acidente aconteceu entre 10h40 e 11h, mas a ambulância só chegou por volta das 12h20.

Após cair, Renilda chegou a pedir para que as testemunhas ligassem para sua filha e o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) também foi acionado, porém, segundo a dona de casa, a equipe de socorro informou que estava sem ambulância para atender a ocorrência.

Ao Campo Grande News, a nora da vítima, mulher de 39 anos, contou que a família foi informada sobre o acidente por volta das 11h e então ela foi até o local. "Cheguei ela tava pedindo para ligar para o filho dela e para tirarmos o capacete. Liguei para o socorro mais de 30 vezes e eles diziam que não tinham viatura", pontuou.

Ela então decidiu ir até o Batalhão da Polícia Militar na região onde pediu ajuda. "Eles me disseram que não podiam fazer nada, mas um deles me levou na sala de rádio e então acionou o socorro urgente. Depois, eu decidi ir até a casa de uma amiga que é enfermeira, mas no meio do caminho meu marido ligou e disse que ela não tinha resistido", descreveu a mulher que preferiu não se identificar.

Com a informação da morte da sogra, ela decidiu voltar ao local do acidente e então ligou novamente para o Corpo de Bombeiros. "Eles chegaram por volta das 12h20 e fizeram a reanimação, mas ela não resistiu. Ficou aqui 1h30 esperando socorro", relatou a nora da vítima.

Equipes das polícias Civil e Militar foram acionadas e isolaram o local até a chegada da Perícia. De acordo com a PM, a condutora do carro não tinha CNH (Carteira Nacional de Habilitação) e foi levada para a delegacia para prestar esclarecimentos.

Demora no socorro - Renilda foi socorrida 1h30 depois do acidente. A reportagem acionou a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) para confirmar a falta de ambulância. Em nota, a Secretaria disse que não foi informada sobre a falta de ambulância ou veículo de socorro. Além disso, que o tempo de espera foi cerca de 30 minutos.

"Cabe ressaltar que em momento nenhum foi informado que não havia viatura disponível para atendimento da vítima, e que, entre o primeiro chamado e o momento que a central do SAMU foi informada sobre o óbito, o tempo decorrido foi bem inferior ao informado pela família, não ultrapassando 30 minutos."

Imagens que comprovam - Imagem da câmera de segurança de uma casa registrou o momento em que veículo HRV invadiu a preferencial e atingiu Renilda, no cruzamento da rua Santo Augusto com Rosa Maria, no Jardim Vida Nova.

As imagens reforçam relatos de pessoas que presenciaram o acidente. A motociclista seguia pela Rua Santo Augusto sentido Bairro Tarsila do Amaral, quando ao passar pelo cruzamento com a Rua Rosa Maria foi atingida pelo SUV dirigido por motorista sem CNH, que seguia sentido Nova Lima. A preferencial era da vítima que acabou caindo ao solo e bateu a cabeça no meio-fio.

Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News.

Nos siga no Google Notícias