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Capital

Após performático Nando, promotor e juiz encaram 1º caso do "Pedreiro Assassino"

Nando foi condenado a 175 anos de prisão por mortes em série; agora, novo caso de serial killer chega à Justiça

Aline dos Santos | 23/05/2020 16:04
Após performático Nando, promotor e juiz encaram 1º caso do "Pedreiro Assassino"
Promotor Douglas durante um dos julgamentos de Nando, que aparece em segundo plano de roupa verde e num raro momento de quietude. (Foto: Henrique Kawaminami)

Juntos nos julgamentos em que o assassino em série Nando foi condenado a 175 anos de prisão, o juiz da 2ª Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande, Aluízio Pereira dos Santos, e o promotor Douglas Oldegardo Cavalheiro dos Santos, atuam agora no primeiro caso que chega à Justiça contra Cleber de Souza Carvalho, que leva a alcunha de Pedreiro Assassino por confessar sete homicídios.

A última morte, a do comerciante José Leonel Ferreira dos Santos, 61 anos, ocorrida em 2 de maio, na Vila Nasser, foi o primeiro caso a aportar na 2ª  Vara do Tribunal do Júri. O homem foi morto a pauladas e enterrado na casa onde morava. O imóvel passou a ser habitado por Cleber, a esposa e a filha, sendo, inclusive, inaugurado com  reunião familiar.

A experiência com os julgamentos de Luiz Alves Martins Filho, o Nando, deixou a recordação de um caso absolutamente singular.

 “O Nando foi uma experiência singular, tenho a impressão que é difícil encontrar um paralelo. Pela quantidade de vítimas, o modus operandi, pela forma banal com a qual escolhia as vítimas, a frieza dele. Foi absolutamente singular. Agora com o Cleber, aparentemente ele também tem um fio condutor que, de certa forma, dá uma unicidade para essas mortes”, afirma o promotor.

Aparentemente, o pedreiro matava cobiçando ficar com o patrimônio das vítimas.

Nos processos contra Nando, Douglas dos Santos atuou  pela promotoria em todos os julgamentos porque a investigação foi decorrente de uma operação entre  a Deaij (Delegacia Especializada de Atendimento à Infância e Juventudes) e DEH (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Homicídios), se tornando o chamado prevento para todos os processos.

No caso do pedreiro, a expectativa é de que as denúncias sejam encaminhadas, em revezamento, para as duas varas dos Tribunal  do Júri de Campo Grande.

Após performático Nando, promotor e juiz encaram 1º caso do "Pedreiro Assassino"
Condenado por morte em série, Nando era performático e, aqui, mostra dedo médio para fotógrafo. (Foto: Henrique Kawaminami)

Nando, que confirmou os crimes na delegacia, levando às esquipes policiais ao ponto exato onde enterrou suas vítimas, mudou de versão em juízo, negando a autoria. Nos julgamentos, o serial killer era performático. Em alguns, nem comparecia. Em outros, deu shows, com gritos e se estapeando. Também houve um julgamento remarcado após desmaio do promotor.

“Mas a prova produzida era muito aguda. Ele próprio fazia a indicação dos locais e isso facilitou muito. Foi a pedra fundamental, angular. É muito difícil você refutar o fato de uma pessoa está desaparecida há cinco, seis anos e, de repente, um sujeito se levanta do banco da delegacia e diz que vai levar você onde está enterrado. Numa rua escura, aponta com o dedo e ali está a ossada”, afirma o promotor.

“Não tinha julgado nenhum caso de serial killer. Para mim foi surpresa numa cidade como Campo Grande”, afirma o juiz Aluízio, ao comentar a longa jornada dos julgamentos de Nando. Os 15 júris popular envolveram cerca de 100 jurados.

Foi o magistrado que decretou a prisão de Cleber, após a morte do comerciante na Vila Nasser.

Após performático Nando, promotor e juiz encaram 1º caso do "Pedreiro Assassino"
Pedreiro Cleber confessou sete mortes e levou policiais a local exato onde enterrou vítimas. (Foto: Henrique Kawaminami)


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