Assassinas de taxista são condenadas 1 dia após aniversário da vítima
Somadas, penas ultrapassam 46 anos de prisão
Se não tivesse sido brutalmente assassinado em abril deste ano, o taxista Luciano Barbosa Franco teria feito 45 anos no domingo (29). Um dia após o primeiro aniversário sem Luciano em casa, e sete meses após o crime, a família recebeu a notícia da condenação das duas acusadas que ainda aguardava julgamento pelo homicídio do trabalhador.
Em sentença da 5ª Vara Criminal de Campo Grande, Stefanie Paula Prado de Oliveira, de 19 anos, foi condenada a 25 anos e quatro meses de prisão. Já Raynara Laura da Silva Santos, de 21, deverá cumprir pena de 21 anos e quatro meses. Ambas vão ficar presas em regime fechado.
“A Justiça do homem foi feita. Ontem seria aniversário dele e acredito que esse foi um presente”, comenta a mãe, dona Izis Barbosa, de 67 anos.
O adolescente de 17 anos, que disparou contra Luciano, foi condenado a cumprir medida socioeducativa por 3 anos, pena máxima prevista para menores de idade. A decisão veio três meses após o crime.
Sete meses após perder o filho, dona Izis ainda tem dificuldades em acreditar que Luciano não vão mais voltar para os almoços em família. “É muito difícil. Tento não pensar que ele está morto e imagino que ele está apenas trabalhando”, comenta emocionada.
Além da saudade que fica no peito, a presença de Luciano também faz eco no quarto que permanece do jeito que ele deixou, e nas pequenas coisas que fazem lembrar do taxista. “Ontem foi um dia que lembramos muito dele. Estava chuvoso como ele preferia e no almoço tinha a comida que ele gostava”, lembra Andrea Barbosa de 47 anos, irmã de Luciana e hoje, suporte de dona Izis para os momentos em que a dor aperta.
O caso- Às 23h30 de ontem (26), Luciano foi chamado para uma corrida no Shopping Campo Grande e às 24h05 o aplicativo do carro foi desligado. Logo a família suspeitou e às 3h52 a irmã mais velha registrou Boletim de Ocorrência do desaparecimento.
Na última conversa com a família Luciano ele chegou a avisar que havia aceitado uma corrida, apesar de achar “suspeita”, com destino ao Jardim Carioca.
O veículo Virtus da vítima e o corpo foram encontrados por volta das 10h30 em regiões a cerca de 15 quilômetros distantes. O Virtus estava sem pneus na Bairro Santa Emília e o corpo de Luciano em matagal na BR-262, na altura do Núcleo Industrial, com marca de tiro na cabeça.