Até carro velho é deixado em lixão que se formou em ruas do Santo Amaro
Moradores reclamam do lixo e da proliferação de animais peçonhentos na região
Carcaças de móveis velhos, entulho, galhos, lixo orgânico, papéis, garrafas plásticas e até animais mortos descartados irregularmente. Tudo isso compõe o cenário nas ruas Presidente Delfim Moreira, Otávio Mangabeira, Antônio Gaspar, Colheiros e José Linhares, na região do Santo Amaro.
O cheiro incomoda e a proliferação de animais peçonhentos deixa os moradores inseguros, conforme relata a dona de casa Catarina Sanches, 51 anos, moradora do bairro há quatro anos.
Nos terrenos e calçadas do bairro, é possível encontrar até carros velhos, sem rodas, portas e com a estrutura danificada. As calçadas estão tomadas por mato, galhos e lixo, dificultando a passagem de pedestres.
Já achei escorpião, sapo, ali direto tem lixo, jogam cachorro morto, gato, o cheiro é horrível, tem vezes que é insuportável. Os bichos saem dali e vem parar dentro de casa. É um risco à saúde pública, incomoda, mas a gente não tem o que fazer", relata Catarina Sanches.
Conforme relata a dona de casa, o descarte irregular de lixo acontece em toda a região. De mãos atadas, Catarina revela que procurou pela associação de moradores para relatar o problema, mas não sabe quem é o presidente do bairro. "O bairro é um bairro bom, mas infelizmente a sujeira incomoda".
Na região há ecoponto, onde podem ser descartados os restos de móveis velhos e o lixo orgânico. Mas o agente de saneamento Raimundo Chagas, 56 anos, se revolta com a preguiça dos que escolhem deixar pelas ruas. "Isso é constante. Eu acho um absurdo, porque o ecoponto é tão pertinho, custa nada levar lá. As pessoas jogam até lixo orgânico, animal morto. É terrível".
Chagas mora no bairro há 14 anos e observa que falta conscientização por parte de quem joga lixo em via pública. "As pessoas deveriam se conscientizar de que isso é prejudicial à saúde. O mais preocupante é o final da Rua Delfim Moreira. Muitos jogam sofás velhos".
A reportagem relatou a reclamação dos moradores para a Prefeitura de Campo Grande.
De acordo com a Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano), os descartes irregulares de entulhos em vias públicas e margens de córregos e rio são proibidos e podem gerar multa. Quem é pego em flagrante fazendo descarte irregular de resíduos responde por crime ambiental e pode ser multado no valor entre R$ 2.944,50 e R$ 11.778,00, de acordo com o Código de Polícia Administrativa, Lei 2909/92, do município de Campo Grande.
Em relação aos terrenos baldios, a Semadur informou que os proprietários devem fazer a manutenção da propriedade, "devendo a mesma estar cercada e capinada a fim de evitar que a população realize o descarte irregular dos resíduos nas propriedades particulares". Ao identificar um imóvel/lote urbano abandonado, o proprietário é notificado para realizar a limpeza.
O proprietário tem o prazo de 15 dias para regularizar a situação do terreno. Após o prazo, a Semadur retorna ao local para uma nova vistoria, e caso não tenha sido cumprida a notificação, o proprietário é multado. A multa neste caso varia entre R$ 2.944,50 e R$ 11.778,00.
Onde denunciar - A denúncia pode ser feita no teleatendimento da Central 156 de segunda a sexta-feira, das 07h30 às 21h e aos sábados das 08h às 12h. A denúncia de terreno baldio pode ser realizada através da plataforma Fala Campo Grande, disponível para download no IOS e Android e no site fala.campogrande.ms.gov.br, ambos disponíveis 24h por dia.
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