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Capital

Audiência do caso Mayana começa com contradição entre réus e testemunhas

Aline dos Santos e Nadyenka Castro | 10/02/2011 08:39
Anderson afirma que não disputou racha e que não furou sinal vermelho. "Foi uma fatalidade". (Foto: João Garrigó)
Anderson afirma que não disputou racha e que não furou sinal vermelho. "Foi uma fatalidade". (Foto: João Garrigó)

A primeira audiência na justiça sobre o acidente que matou a jovem Mayana de Almeida Duarte começa com uma contradição: enquanto os acusados garantem que não participavam de racha e nem “furaram” o sinal, testemunhas relatam que eles estavam em alta velocidade e passaram no sinal vermelho.

Nesta quinta-feira, na 2ª Vara do Tribunal do Júri, no Fórum de Campo Grande, serão ouvidas 20 pessoas, nos períodos da manhã e tarde.

Dentre os depoentes, estão três seguranças de prédios próximos ao local do acidente, que aconteceu no cruzamento da avenida Afonso Pena e a rua José Antônio, na madrugada do dia 14 de junho de 2010.

“A gente até ficou falando que o cara ia bater aquele carro. Terminei a frase e ouvi o barulho”, relata um dos seguranças. Ele correu até o local e encontrou o Celta, que era conduzido por Mayana, destruído. “Do local que estava, dava para ver o sinal vermelho na Afonso Pena”.

A testemunha diz que vai manter em juízo a afirmação já feita na delegacia. “Tenho filhos. Qual pai não sente a perda de um filho?”, salienta o segurança, pai de quatro crianças, com idades entre três meses e três anos.

Ele ainda relata que após o acidente, vários amigos dos acusados chegaram no local e falaram que era Mayana quem passou no sinal vermelho.

As testemunhas ainda disseram à Polícia Civil terem visto o Vectra, conduzido por Anderson de Souza Moreno, de 19 anos, e o Uno, conduzido por Willian Jhonny de Souza Ferreira, de 25 anos, em alta velocidade. O Vectra bateu no Celta e estaria disputando racha com o Uno.

Hoje, Anderson voltou negar a disputa de racha e que tenha furado o sinal. “Foi uma fatalidade. Ninguém quis aquilo. Não me sinto bem. Poderia ter acontecido comigo,só sei que não sou culpado. Isso foi um acidente”, assegura.

Willian também nega infrações às leis de trânsito. “Tudo que fiz foi tentar ajudar a menina. Desliguei o carro dela e chamei uma viatura do Samu que passava pela Afonso Pena. Também ajudei a organizar o trânsito. E entreguei o celular da Mayana para o pai dela, lá na Santa Casa”, afirma.

Além de Anderson e William, também é réu na ação Kenneth Gonçalves Pereira da Silva. Este último é amigo dos dois primeiros, esteve com eles momentos antes do acidente e, de acordo com a Polícia Civil, mentiu em depoimento.

Ele declarou que Anderson não passou no sinal vermelho e que não havia ingerido bebidas alcoólicas. No entanto, a Polícia tem provas de que houve consumo de cerveja e tequila e que o semáforo estava verde para Mayana, e não para Anderson.

Os acusados Anderson e Willian respondem por homicídio com dolo eventual, isto é, quando não se tem a intenção de matar, mas se assume o risco em razão de conduta perigosa. Já Kenneth responde a processo por falso testemunho.

Mayana chegou a ser socorrida, mas morreu 12 dias após o acidente. Ela tinha 23 anos e era acadêmica de Direito.

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