Bebê morre e família acusa equipe do Hospital Regional de negligência
A família de uma criança de 9 meses registrou um boletim de ocorrência e recorreu à Associação de Vítimas de Erros Médicos do Estado, depois que o bebê morreu. A família suspeita de negligência por parte da equipe médica do Hospital Regional, onde ele era atendido. A criança sofria de uma doença rara, Hemofilia.
A mãe da criança, Roseli Barbosa da Silva, 30 anos, contou que a doença faz com que o sangue do bebê não coagule, então ele não pode sofrer ferimentos, o que pode causar-lhe hemorragia, por isso ele toma uma injeção de fator FVIII constantemente, para que o organismo se regularize.
Na quinta-feira (12), os pais o levaram para o hospital para receber mais uma dose do medicamento, porém, os enfermeiros não conseguiram encontrar a veia do garoto, então tentaram aplicar a injeção na jugular do bebê, mas novamente não conseguiram localizar o ponto. O menino começou a reclamar, então eles foram embora.
No dia seguinte (13), a família do menino voltou ao HR para aplicar a injeção. Lá eles entraram em contato com a médica que normalmente os atende, e encaminhou o caso para uma especialista. A outra médica tentou mais uma vez aplicar a dose, sem sucesso. Por conta da agulha, os dois lados do pescoço do menino ficaram inchados.
Por fim, uma técnica de enfermagem conseguiu encontrar a veia do bebê e aplicou a injeção. Horas depois , a criança sentiu muita dificuldade de mamar e demonstrava muitas dores, além de estar inchado, principalmente na região do rosto. No dia seguinte (14), foi encaminhado mais uma vez para o hospital.
A família chegou desesperada ao hospital, conforme a mãe, e imploraram que os médicos o atendessem, porém eles se recusaram e começaram a ligar para a médica responsável pelo caso do menino, porém não conseguiram contato.
Um tempo depois, a médica chegou ao hospital e, ao saber sobre o estado do menino, mandou interná-lo. O menino ficou internado e seu estado de saúde só piorando, relatou a mãe. “O pescocinho dele estava muito inchado, não sei como a equipe médica não achou a veia dele. Não entendo por que tentaram furar o pescoço”, desabafou a Roseli.
No domingo, por volta das 13h, o menino morreu de parada cardíaca e sofreu uma hemorragia no pulmão, mas os pais ainda não tiveram acesso aos prontuários.
Conforme o presidente da Associação, Valdemar Morais de Souza, a família alega que a criança deu entrada no hospital sem hematomas e estava bem. “Os pais disseram que durante o atendimento médico, vários enfermeiros tentaram fazer a incisão do soro e foram dadas ao todo nove agulhadas no bebê, duas delas no pescoço, inclusive, e que isso teria causado hematomas que contribuíram para o óbito”, explicou.
Os advogados da entidade, de acordo com o presidente, darão assistência à família de Luiz Gustavo, além de psicólogos. Ainda entraram em contato com o Conselho Regional de Medicina, OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) e MPE (Ministério Público Estadual) para cobrar explicações. “É inadmissível terem tantos erros médicos que levam óbito em todo o Estado”.
Os pais da criança foram hoje (18) até a Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) do Bairro Piratininga registrar um boletim de ocorrência para exigir investigar o caso. O objetivo é que os funcionários do hospital que fizeram o atendimento do bebê sejam chamados para prestar depoimento.
O Campo Grande News procurou a assessoria do Hospital Regional para obter esclarecimentos sobre o fato, mas não teve retorno até a publicação desta matéria.