Bernal descarta reduzir tarifa do transporte coletivo em Campo Grande
O prefeito de Campo Grande, Alcides Bernal (PP), descartou, na manhã desta segunda-feira (12), diminuir ou zerar a alíquota do ISS (Imposto sobre Serviços) sobre o transporte coletivo e reduzir, pela segunda vez no ano, tarifa de ônibus urbano em Campo Grande. Ele disse que só vai investir na melhoria do sistema.
Em 1º de julho deste ano, o prefeito reduziu o valor de R$ 2,85 para R$ 2,75. No entanto, a redução só ocorreu em decorrência da isenção da PIS/Cofins, adotada em junho deste ano pela presidente da República, Dilma Rousseff (PT).
Estudos da Agência Municipal de Regulação apontam que a redução do ISS de 5% para 2% sobre o transporte coletivo, os 210 mil usuários transportados diariamente desembolsariam menos pela passagem do ônibus. A presidente do órgão, Ritva Cecília Vieira, estima que a desoneração representa R$ 9 milhões por ano. No entanto, a decisão de reduzir o valor da passagem cabe ao prefeito.
O vereador Eduardo Romerto (PTdoB) estima que a redução do ISS poderia diminuir o valor da tarifa em mais R$ 0,14. A tarifa passaria de R$ 2,75 para R$ 2,61. O governador André Puccinelli (PMDB) também fez as contas e estimou redução semelhante no custo da passagem.
No entanto, apesar da taxa ser de 2% em outras capitais, como Goiânia (GO), Porto Alegre (RS) e Cuiabá (MT), o prefeito Alcides Bernal descartou seguir o exemplo.
Ele disse hoje, no Armazém Cultural, que já congelou o valor da tarifa, em R$ 2,85, no mês de março deste ano. Em julho, reduziu o valor em R$ 0,10, após a isenção de contribuição federal. A prefeitura não tomou nenhuma medida para reduzir o custo para os usuários.
“Vamos melhorar a qualidade do transporte coletivo”, garantiu Bernal, contando que vai investir na melhoria da mobilidade urbana. Atualmente, a velocidade média dos ônibus na Capital é de 12 quilômetros por hora. O ideal é o dobro disso, de 23 km/h.
No entanto, os recursos da mobilidade serão repassados pelo Governo federal. Estão previstos R$ 180 milhões na construção de corredores do transporte coletivo, reforma de terminais de transbordo e na construção de mais quatro (Cafezais, Tamandaré, Tirandentes e Parati).
Bernal também criticou o governador André Puccinelli por ter sugerido a redução após os protestos das ruas de junho deste ano. “Quando ele era prefeito de Campo Grande, nunca reduziu a tarifa”, acusou o prefeito.