Redução de R$ 0,10 na tarifa começa a valer, mas usuário cobra queda maior
Válida a partida desta segunda-feira (1º), a redução de R$ 0,10 no valor da tarifa de ônibus em Campo Grande não agrada os usuários que utilizam o transporte todos os dias. A redução de R$ 2,85 para R$ 2,75 foi anunciada pelo prefeito Alcides Bernal no dia 20 de junho, na véspera dos campo-grandenses irem às ruas em protesto pela queda no preço.
A diarista Tânia Guimarães, de 49 anos, mora no bairro Maria Aparecida Pedrossian e utiliza dois ônibus para ir até o trabalho e outros dois para voltar. Antes da redução, ela gastava R$ 228 por mês, pagando R$ 0,10 a menos, o valor mensal chegará a R$ 220.
Indignada com o valor da redução, a diarista afirma que a qualidade do transporte público de Campo Grande é ruim e o valor justo seria R$ 2,50 no máximo. “Tinha que abaixar ainda mais, dez centavos é muito pouco. O ônibus não tem conforto nenhum, sempre está lotado e é um absurdo”, conta Tânia.
A redução também não agradou o assistente social Hélio Lira, de 33 anos. Para ir de casa ao trabalho, Hélio utiliza três ônibus e ao fim do dia, após entrar 6 vezes em ônibus de linhas diferentes, o assistente social afirma se sentir cansado.
“É muito complicado, as condições são ruins. Os motoristas correm muito e o ônibus é muito cheio. Essa diminuição também é muito pequena e a gente não vai sentir no bolso”, afirma Hélio que também acredita que R$ 2,50 seria o valor justo.
Segundo muitos usuários, se a redução anunciada fosse de R$ 0,35 ao invés de R$ 0,10, a maioria ficaria satisfeita. “Esses centavos não fazem nenhuma diferença pra gente. Todo mundo fala que se fosse R$ 2,50 estaria bom”, afirma a agente de atendimento Patrícia Ferreira de Souza, de 22 anos.
Redução – A diminuição no valor da passagem poderia ter sido maior ainda maior caso o prefeito Alcides Bernal seguisse a ação de outras capitais e diminuísse a alíquota do ISS (Imposto Sobre Serviços).
A alíquota do ISS em Campo Grande é de 5% sobre o valor cobrado no transporte coletivo. O mínimo para cobrança é de 2%, que se fosse adotado por Bernal, poderia permitir que a passagem de ônibus urbano caísse em R$ 0,25. Valor semelhante a esse chegou a ser prometido pelo prefeito durante a campanha eleitoral.
Em todo o País, pelo menos 14 capitais e outras 40 cidades reduziram o valor da tarifa do transporte coletivo depois que começou a onda de protestos no País há duas semanas, em São Paulo foram 20 centavos a menos.
Antes, o Governo Federal já havia desonerado tributos federais PIS/Cofins, que começou a vigorar em 1º de junho. Abriu mão de receita estimada em R$ 1 bilhão por ano para incentivar a redução nas tarifas.