“Black Cat” lacrou 60 bancas de jogo do bicho e vai atrás de quem “se livrou”
Quem reabrir, será fechado de novo, conforme apurado pelo Campo Grande News
Deflagrada nesta quarta-feira (23), a quarta fase da Operação Omertà, batizada de “Black Cat”, fechou 60 bancas de jogo do bicho e vai atrás hoje de quem ficou aberto.
Ontem, equipes de 5 delegacias, coordenadas pelo Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubos a Bancos Assaltos e Sequestros) e Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado), saíram às ruas de Campo Grande por volta das 10h e encerraram as ações por volta das 17h30.
A operação foi antecipada depois que houve vazamento de informações sobre os preparativos. Por isso, muitas da banquinhas que estavam ontem “na mira” foram encontradas fechadas quando policiais chegaram.
Conforme apurou o Campo Grande News, a Black Cat inaugurou na Capital a “Tolerância zero” com o negócio ilegal. Quem reabrir, será fechado de novo.
Os pontos de apostas estão sendo lacrados sob o argumento de ocupação ilegal do passeio público, destinado ao trânsito de pedestres, além da falta de alvará para o tipo de negócio explorado. O cartaz afixado nas portas das bancas traz um telefone para denúncia, o 3357-9500.
Também nessa quarta, foram levados para depor no Garras, no Bairro Tiradentes, pelo menos 20 apontadores da loteria ilegal baseada em números atribuídos a animais.
Como o jogo do bicho não é crime, essas pessoas foram enquadradas em contravenção penal, foram ouvidas, assinaram termo circunstancial de ocorrência, e foram liberadas. Vão responder a processo no juizado especial, que costuma resultar em penas brandas, como prestação de serviço à comunidade.
Ligação - Ao enquadrar as pessoas que trabalham para o "bicho", bloquear as banquinhas e apreender material, a intenção principal, conforme o trabalho investigatório do Campo Grande News, é provar conexão entre a exploração do jogo de azar e a milícia armada alvo das primeiras fases da Omertà.
No domingo (27), completa um ano do início da operação do Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado) e de força-tarefa da Polícia Civil liderada pelo Garras. Apontado como chefe tanto da milícia quando da “Gato Preto”, organização do jogo do bicho, o empresário Jamil Name, 81 anos, está preso desde setembro do ano passado.