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Capital

Bope vai ficar com bloqueadores de celular de organização criminosa

Polícia não dispunha de equipamentos, que serão usados em situações de gerenciamento de crises

Marta Ferreira | 18/12/2019 18:20
Munição apreendida em maio, quando também foram encontrados bloqueadores de celular. (Foto: Arquivo)
Munição apreendida em maio, quando também foram encontrados bloqueadores de celular. (Foto: Arquivo)

Ofício da 1ª Vara Criminal Residual de Campo Grande, com data desta quarta-feira (18), comunica à Polícia Militar de Mato Grosso do Sul a autorização para uso de dois bloqueadores de sinal de celular apreendidos no dia 19 de maio deste ano. Na data, foi apreendido arsenal em imóvel usado pela organização criminosa alvo da Operação Omertá, cuja chefia é atribuída aos empresários Jamil Name e Jamil Name Filho, presos desde 27 de setembro. Os equipamentos foram requisitados pelo Bope (Batalhão de Operações Especiais), onde ficarão até a sentença do processo dar destinação final, conforme despacho do juiz Roberto Ferreira Filho.

No pedido para utilização dos materiais, o Batalhão alegou que os dispositivos serão usados, por exemplo, para obstrução de envio de sinais de tornozeleira eletrônica, utilizada no monitoramento dos presos. O Bope não tinha esse tipo de tecnologia.

Em entrevista ao Campo Grande News, o comandante do Bope, tenente-coronel Wilmar Fernandes, havia informado que os dispositivos serão úteis no gerenciamento de crises, nas quais a unidade costuma atuar. Uma das situações hipotéticas são rebeliões de presos, que exigem isolamento de local, inclusive de forma eletrônica.

No pedido feito ao juiz, o comandante da PM, coronel Waldir Ribeiro Acosta, argumentou que “tal equipamento é de suma importância para a gestão das ocorrências críticas já citadas, e pode atuar como elemento facilitador no salvamento de vidas dentro do território sul-mato-grossense”.

Como é - O bloqueador emite sinais de alta intensidade para “poluir” a frequência de rádio usada por celulares para receber dados da operadora. No despacho favorável à PM, o magistrado recomenda que, se não tiverem sido passado por perícia, os itens sejam submetidos a esse procedimento antes da entrega ao Bope.

O juiz Roberto Ferreira Filho determina ainda que o Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubo a Banco, Assalto e Sequestros), responsável pela apreensão, cuide do encaminhamento ao Batalhão.

Processo - A determinação foi na ação em que são réus o ex-guarda civil municipal Marcelo Rios, 42 anos, preso em 19 de maio, depois de indicar à polícia o imóvel onde foram encontradas armas pesadas, munições e os bloqueadores, além de celulares e “bonés espiões”.

No dia 27 de setembro, com apoio do Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Oranizado), as investigações resultaram na Operação Omertá, que prendeu os empresários Jamil Name e Jamil Name Filho e mais 20 pessoas, entre funcionários da família, guardas municipais, policiais civis e um agente da PF (Polícia Federal).

Todos estão presos e já denunciados por crimes que vão de formação de milícia armada a homicídio qualificado.

 

Bloqueadores, as antenas ao fundo da foto, serão entregues ao Bope.
Bloqueadores, as antenas ao fundo da foto, serão entregues ao Bope.
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