Cemitérios são tomados pelo mato e trabalho de limpeza é lento
Apesar de um aviso de licitação ser publicado no dia 9 de dezembro do ano passado no Diogrande (Diário Oficial de Campo Grande), informando a contratação de empresa para limpar os cemitérios públicos, hoje quem cuida do serviço são os funcionários da prefeitura que fazem a limpeza de ruas da Capital. O problema é que o efetivo ainda é pequeno e em dois cemitérios os serviços de manutenção ainda nem começaram.
Somente no Cemitério Santo Amaro que o serviço de limpeza já começou. Cerca de 30 trabalhadores estão capinando e tirando a sujeira em volta dos túmulos desde segunda-feira (19) da semana passada. Conforme um dos servidores, que pediu para não ser identificado por medo de represálias, o grupo é pequeno e pode não conseguir terminar o serviço. “Imagina esse pouquinho de gente para limpar um cemitério desse tamanho, o trabalho não rende”, comentou.
O encarregado dos trabalhadores, Franscisco Alvez, 58 anos, disse que o grupo era bem maior, mas duas equipes foram deslocadas para fazer a limpeza em outros locais da cidade. “Eles foram levados para limpar algumas avenidas da cidade, mas quando voltarem conseguiremos dar conta de limpar tudo. O ritmo estão excelente, tudo tranquilo”, explicou.
O Campo Grande News esteve na tarde de segunda-feira (26) no cemitério e constatou que mais da metade do local ainda não foi limpa. A diarista Joana Cardoso, 43, que costuma visitar as sepulturas de familiares no cemitério, disse que há duas semanas estava bem mais sujo. “Eles começaram a limpar na semana passada, antes disso estava um matagal por aqui. Na verdade ainda existe muita coisa pra eles limpar ainda. Acho uma falta de respeito com o campo santo”, destacou.
Já o Cemitério São Sebastião, mais conhecido como Cruzeiro, ainda não passou pelo serviço de limpeza. A salgadeira Jozefina Vitalina Oliveira da Silva, 60, que foi visitar e restaurar o túmulo da mãe, falou que a situação é péssima no lugar. “Está horrível, sujeira e mato para todos os lados. Eles falam para a gente limpar os túmulos se não seremos multados, mas eles não fazem nem a parte deles. Nem em volta dos túmulos eles limparam, eu por exemplo, não vi ninguém limpando por aqui”, afirmou.
O aposentado João Manoel da Silva, 73, que ajudava a salgadeira a restaurar o túmulo da mãe, disse que ela teve que desembolsar para fazer o serviço que era de responsabilidade da prefeitura. “Ela gastou R$ 300 para comprar tijolos, arrumar e limpar a cova da mãe. O pior é que ela tem seis familiares enterrados aqui, já pensou se fosse fazer isso em todos os túmulos? Iria ficar muito caro”, finalizou.
O Cemitério Santo Antônio, localizado na região central também não passou pelo serviços de limpeza, mas o Campo Grande News constatou, também na tarde de segunda-feira, que não há sujeira pelo local. O cemitério é bem conservado e a população não tem reclamações.
A assessoria da prefeitura informou que o serviço de manutenção, limpeza e conservação dos cemitérios Santo Amaro, Cruzeiro e Santo Antônio, é de responsabilidade da própria gestão municipal. A assessoria não soube informar se a prefeitura ainda vai contratar uma empresa para cuidar destes serviços, conforme publicado no ano passado no Diário Oficial do órgão. Ainda segundo o setor de comunicação, o serviço de sepultamento e velório nos cemitérios é feito pela empresa Taíra.