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Capital

CGU manda 15 servidores para apurar irregularidades no tratamento do câncer

Aline dos Santos | 19/03/2013 09:39
Funcionário da CGU participa de operação no Hospital do Câncer. (Foto: Vanderlei Aparecido)
Funcionário da CGU participa de operação no Hospital do Câncer. (Foto: Vanderlei Aparecido)

A CGU (Controladoria-Geral da União) deslocou equipe de Brasília e outros Estados para participar da operação Sangue Frio, que investiga esquema envolvendo o Hospital do Câncer, o HU (Hospital Universitário) de Campo Grande e a empresa Neorad, que pertence a Adalberto Abrão Siufi. O médico atualmente é diretor-geral do Hospital Câncer e ex-diretor de oncologia do HU.

De acordo com a PF (Polícia Federal), a ação cumpre a 19 mandados de busca e apreensão e 4 ordens judiciais de afastamento de funções nesta terça-feira. As ordens foram expedidas pela 5ª Vara Federal de Campo Grande.

No Hospital do Câncer, as equipe da PF e da CGU chegaram às 6h. Eles percorreram toda a unidade. No setor de quimioterapia, onde a média diária é de cem atendimentos, a responsável pelo setor de faturamento foi questionada sobre controle dos pacientes e APACs (Autorização de Procedimentos Ambulatoriais de Alta Complexidade/Custo).

Na semana passada, o MPE (Ministério Público Federal) acionou a Justiça para pedir o afastamento dos diretores do Hospital do Câncer. A unidade mantém contrato com a empresa cujo um dos proprietários é Siufi, cobrou por atendimento a paciente morto e remunera parentes do diretor com altos salários.

Outro detalhe é que a Neorad recebia tabela SUS (Sistema Único de Saúde) mais 70%. Em quatro anos, foram R$ 12 milhões. Em 2011, o hospital recebeu R$ 15,4 milhões de recurso público, além de R$ 2,3 milhões em doações.

Já o HU foi alvo, ano passado, de ação do MPF (Ministério Público Federal) para aceitar recursos do governo federal e investir na radioterapia. Conforme o MPF, os atendimentos estavam concentrados no Hospital do Câncer e na Santa Casa, que terceirizaram os serviços para a Neorad, empresa de Siufi.

As diligências realizadas pela Polícia Federal em conjunto com a Controladoria Geral da União revelaram a existência de um esquema envolvendo o hospital público e algumas empresas com a finalidade de direcionar licitações e contratações, superfaturar serviços e pagar propinas.

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